São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cientistas acham gene de câncer de mama

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cientistas dos EUA e do Reino Unido conseguiram isolar um gene responsável por cerca de 5% de todos os casos de câncer de mama.
A identificação, relatada através de vários estudos que vão ser publicados nas próximas semanas na revista "Science", poderá viabilizar um teste de sangue capaz de dizer se a mulher é portadora do gene e se o gene apresenta um defeito associado ao câncer.
O teste poderá estar pronto em até dois anos, segundo pesquisadores da Universidade de Utah, do Instituto Nacional para as Ciências da Saúde e do Meio Ambiente, na Carolina do Norte, e da empresa Myriad Genetics, em Salt Lake City (Utah), entre outros centros.
Se uma mulher descobrir que é portadora do gene, ele poderá participar de programas de prevenção e detecção precoce do câncer.
Fatores de risco, como o fumo e o uso de pílulas anticoncepcionais, poderão ser evitados.
O gene foi chamado pelos cientistas de BRCA1, sigla para "breast cancer (gene) 1", ou (gene) 1 do câncer de mama.
O gene e sua associação com o câncer já eram conhecidos.
Especialistas estimam que 60% das mulheres portadoras do BRCA1 têm possibilidades de desenvolver o câncer de mama antes dos 50 anos.
Até os 65 anos, 85% das portadoras desenvolvem a doença, segundo eles.
Além de permitir o desenvolvimento de um teste de detecção do gene, a descoberta oferece a oportunidade de estudar o mecanismo pelo qual o gene provoca o aparecimento dos tumores.
Esse tipo de estudo poderá levar a novas formas de tratamento para mulheres que já desenvolveram o câncer.
Um dos artigos a sair pela revista "Science" relaciona o gene também ao câncer de ovário.
Em março passado, um trabalho publicado pela revista médica britânica }The Lancet concluiu que mulheres portadoras do gene BRCA1 têm virtualmente 100% de chance de desenvolver ou o câncer de mama ou o de ovário.
"É um gene muito extenso e vai exigir ainda muitos estudos", diz Donna Shattuck-Eidens, que coordenou uma das equipes científicas, na Myriad Genetics.
"Ele vai exigir ainda muito mais investigações".
Os pesquisadores relatam também que mutações no gene podem aumentar o risco de tumor maligno nas mamas.
"Vai levar tempo, mas estamos com a intenção de poder identificar as mulheres que são portadoras de mutações no BRCA1", disse Shattuck-Eidens.
Nanismo
Cientistas na França concluíram que uma simples troca no código genético é reponsável pela mais comum das formas de nanismo.
Em artigo publicado hoje na revista "Nature", os pesquisadores do Instituto Necker, do Hospital das Crianças Doentes, em Paris, relatam que estudaram os genes de 23 anões.
Eles sofrem de acondroplasia, que é um distúrbio em que os ossos longos da pessoa não crescem suficientemente.
Todos os pacientes apresentaram o mesmo erro em um gene conhecido por FGFR3.
O erro, eles desconfiam, faz com que as células ósseas não recebam instruções adequadas para se multiplicarem e promoverem o crescimento do osso.

Texto Anterior: BB terá greve de 1 hora no dia 21
Próximo Texto: Encontro revela novas causas de hipertensão
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.