São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 1994
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Punição de Lucena atrapalha FHC, que defende cassado

Presidenciável do PSDB acha que TSE exagerou

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O candidato do PMDB ao governo da Paraíba, Antônio Mariz, recuou ontem da decisão de anunciar apoio a FHC.
Mariz é aliado político do presidente do Senado, Humberto Lucena (PMDB-PB), que teve sua candidatura à reeleição cassada pelo TSE, acusado de usar a máquina do Senado em benefício próprio.
Depois de um encontro no apartamento de FHC em Brasília, Mariz afirmou que ia consultar suas bases na Paraíba.
FHC considerou "um exagero" a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de cassar a candidatura de Lucena, cabo eleitoral de Mariz, cujo apoio a FHC estava acertado.
Com a condenação de Lucena, a viagem de FHC a João Pessoa, que estava marcada para amanhã, foi cancelada.
"O senador Lucena não pode ser colocado no pelourinho", disse FHC.
Segundo ele, o uso da gráfica do Senado para impressão de material eleitoral "deve ser revisto", mas o candidato considera que é o Senado que deveria "acabar com isso".
"Eu estranhei que um procedimento que até agora foi comum fosse utilizado no caso de Lucena", disse.
Antes de se encontrar com FHC, Mariz fez um discurso no Senado e disse que vai renunciar à sua candidatura ao governo da Paraíba se for mantida a cassação do registro de Lucena.
Nervoso e tremendo muito, Mariz fez um pronunciamento na tribuna do Senado condenando o que chamou de "decisão imoral" do TSE.
"Por que não cassaram os senadores Fernando Henrique (PSDB-SP), Mário Covas (PSDB-SP) e Nelson Carneiro (PP-RJ)?", perguntou. Disse ter citado os três porque são "exemplos de moralidade".'
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Sobre a cassação de Lucena na Especial-4

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