São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 1994
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Ronaldo vai à guerra... e se dá bem

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, no Mercosul do fut o Grêmio pega o Racing.
Nas últimas semanas, vimos por aqui o Vélez, o Estudiantes e o Independiente. Os times brasileiros não foram lá muito bem nestas partidas contra os argentinos.
Mas deu para ver que há um grande descompasso entre o alto nível da seleção argentina dos primeiros jogos da Copa e o nível atual dos clubes portenhos. O descompasso grave de um passo de tango.
Onde estão os grandes jogadores de lá?

Tá certo que o Milan não estava completo (se é que há titulares e reservas naquele elenco "all star"). Mas por pouco ele não toma uma goleada histórica do Ajax, ontem, em Amsterdã.
Pintou um clima tipo vingancinha contra o Gullit, que não quis defender a Holanda na Copa e ontem, pelo Milan, voltou ao seu país. Para perder.

Ronaldo fez três gols na sua estréia em partidas de campeonato de clubes intra-europeus. Não foi contra nenhum pé-de-chinelo: foi contra o Bayer Leverkusen, jogando na Alemanha.
Se ele continuar assim, em breve, Romário será apenas um retrato na parede das casas dos torcedores em Eindhoven.

O Milan jogou ontem contra o Ajax de calções e meias pretas. Os habituais são brancos. Outro dia critiquei o Palmeiras e o União São João por terem jogado um contra o outro com roupas quase iguais.
(Quase iguais no efeito, quero dizer: no desenho, são uniformes diferentes, embora baseados nas mesmas cores. Só que, quando os jogadores se movimentam, o efeito é de homogeneização.
Esta semelhança de uniformes prejudica o rendimento dos jogadores e atrapalha a boa visão do espetáculo, seja nas arquibancadas, seja pela televisão.)
Não é preciso ler a teoria das cores do Goethe, traduzida pelo são-paulino Marco Gianotti, para descobrir que é necessário estabelecer uma política para o uso dos uniformes nos torneios brasileiros.
No sábado, Corinthians e Grêmio jogaram, os dois, de calções pretos e meias brancas. Tudo bem, é o uniforme tradicional destes clubes.
Mas o correto seria um dos dois trocar a cor dos calções e das meias, pois as camisas são suficientemente diferenciadas.
Os clubes brasileiros costumam se apegar de maneira conservadora –quando não supersticiosa– aos uniformes. Trata-se de um passadismo besta que, cedo ou tarde, será modificado.
Mesmo porque se o Corinthians quer alçar vôos internacionais, ele terá que se enquadrar à regra vigente nesses torneios determinando que calções e meias tenham cores diferentes das do adversário.

É temporada dos desfiles de moda.
Até o Viola entrou na passarela –assim como o francês Eric Cantona, que desfilou em Paris.
Mas o item de moda futebolística mais desejado em São Paulo foi concebido pelo Marco Aurélio Klein para o lançamento da revista do Palmeiras.
Ele confeccionou a réplica perfeita da camisa original usada pelo Palestra Itália em 1914, com direito ao brasão suíço e a elegantíssimos punhos dobrados nas pontas das mangas.
Não precisa dizer mais nada: o estilo do traje futebolístico do início do século, com cordões no colarinho, foi aprovado por Costanza Pascolatto.

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