São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 1994
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Bolsa paulista registra recorde de negócios

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A Bolsa de Valores de São Paulo registrou ontem recorde histórico de US$ 1,2 bilhão (R$ 1,029 bilhão). O recorde anterior de US$ 977 milhões ocorreu na última segunda-feira.
Houve também recorde histórico com o mercado de opções, que movimentou R$ 681,8 milhões (US$ 796 milhões).
O volume de negócios com opções foi basicamente por causa da reversão de operações de box armadas por investidores estrangeiros no ano passado. Com a reversão o dinheiro sai da Bolsa de Valores.
O mercado viveu ontem grandes emoções, que provocaram queda nos preços dos papéis. O índice da Bolsa paulista já havia registrado queda de cerca de 1% no período da manhã, por causa das notícias envolvendo dificuldades de bancos estaduais com o recolhimento do compulsório bancário.
As ações do Banespa PN tiveram queda de 7,3%, liderando as baixas no índice Bovespa.
O governo procurou tranquilizar o mercado. Alongou o prazo de retirada de dinheiro do sistema financeiro através do compulsório, reduzindo os problemas de caixa dos bancos estaduais.
No período da tarde, os boatos sobre envolvimento de Marco Maciel (candidato a vice na chapa de Fernando Henrique) com cheque de PC fizeram com que as Bolsas desabassem.
Consultorias políticas tentaram acalmar os operadores com relação aos rumores, mas as incertezas dominaram os pregões.
O índice da Bolsa paulista acabou fechando com baixa de 3,45%.
O governo promoveu ontem a colocação em leilão de Notas do Tesouro Nacional com juro de 16% ao ano mais Taxa Referencial.
O mercado estava precisando dos papéis para os seus fundos e as taxas ficaram abaixo da expectativa inicial (entre 18,5% e 19% ao ano). Houve a colocação de todo o lote ofertado.
Ocorreu também ontem o leilão de NTN cambial com juro de 18% ao ano.
A redução nas alíquotas de importação não teve impacto sobre a cotação do dólar comercial. Segundo Marcelo Ribeiro, da Lira Corretora de Câmbio, o reflexo na cotação do dólar comercial só deve ocorrer a partir de 90 dias, por causa da burocracia necessária para realizar as importações de valores elevados.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,120% no último dia 13. A taxa média do over, segundo a Andima, foi de 5,35% ao mês. No mercado de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,37% ao mês.
CDB e caderneta
As cadernetas rendem 2,8718% hoje. Os CDBs prefixados para 32 dias pagaram entre 52,0% e 53,0% ao ano. Os papéis pós-fixados de 153 dias pagaram taxas entre 18% e 19% ao ano mais a TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,67% ao mês. Para 32 dias (capital de giro): as taxas variaram entre 54% e 65% ao ano.

No exterior
Prime rate: 7,75%. Libor: 5,38%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 52.874 pontos com baixa de 3,45% e volume financeiro de R$ 1,029 bilhão. Rio: baixa de 2,0% (I-Senn), fechando com 21.496 pontos e volume financeiro de R$ 50,142 milhões.
Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou a 3.953,88 pontos, contra 3.895,33 no dia anterior. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.426,90 pontos, contra 2.398,10 pontos no dia anterior. Em Tóquio, foi feriado.
DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,855 (compra) e R$ 0,857 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado no dia anterior, na média, por R$ 0,853 (compra) e por R$ 0,855 (venda). "Black": R$ 0,90 (compra) e R$ 0,91 (venda). "Black" cabo: R$ 0,895 (compra) e R$ 0,905 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,87 (compra) e R$ 0,90 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,09%, fechando a R$ 11,10 o grama na BM&F, movimentando 1,62 tonelada, contra 999 quilos no dia anterior.
No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,5635, contra 1,5688 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5473 marco alemão, contra 1,5370 no dia anterior. Em Tóquio, foi feriado. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 388,20, contra US$ 389,10 no dia anterior.
FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para setembro fechou a 3,86% ao mês.
No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,873 para 30 de setembro.
O índice Bovespa no mercado futuro para outubro fechou a 54.800 pontos.

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