São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 1994
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Banco Central afrouxa controle da moeda

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central deu ontem mais prazo para os bancos completarem o recolhimento de 30% de seus recursos em depósitos a prazo –CDBs e outras modalidades de aplicações financeiras.
A medida teve o objetivo de afrouxar o controle da moeda em circulação, que vinha gerando problemas para os bancos, especialmente os estaduais. O prazo para recolhimento foi prorrogado do dia 7 para 28 de outubro.
O compulsório sobre depósitos a prazo foi instituído pelo BC junto com o lançamento do real e depois ampliado em 31 de agosto. A finalidade é controlar a oferta de dinheiro para empréstimos e financiamentos dos bancos, reduzindo o consumo.
Com menos recursos para movimentar, os bancos ficaram mais seletivos em seus financiamentos. Por isso, preferem títulos federais, mais seguros, aos estaduais –daí os problemas para os bancos estaduais.
O BC também permitiu que, dos 30% do compulsório da poupança, 10% sejam recolhidos na forma de títulos públicos, em vez de exclusivamente em dinheiro.
Segundo o chefe do Deban (Departamento de Operações Bancárias do BC), Gustavo da Matta Machado, a medida tem o objetivo de elevar a rentabilidade dos bancos com a poupança.
"A rentabilidade havia caído com o compulsório e começava a haver sinais de rejeição de depósitos de poupança pelos bancos", explicou Machado.
O BC remunera o recolhimento em dinheiro pela TR (Taxa Referencial) mais juros de 6%, como as cadernetas. O recolhimento em títulos rende os juros dos papéis, mais altos que os da poupança.
Confusão
A divulgação da circular que prorrogava o prazo de recolhimento dos depósitos a prazo gerou confusão no mercado financeiro.
A primeira versão da circular omitia o percentual de 9% de recolhimento que deveria ser atingido hoje, segundo o cronograma anterior.
Os bancos entenderam não ser necessário o recolhimento e começaram a fazer aplicações com os recursos.
No início da tarde, o BC editou nova versão da circular, mantendo os 9% para hoje e aliviando os percentuais seguintes, até chegar aos 30% em 28 de outubro.

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