São Paulo, sábado, 17 de setembro de 1994 |
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Medidas de Ciro Gomes comprometem os acordos
LUCAS FIGUEIREDO
A redução das alíquotas de importação e a interferência nas negociações da greve dos metalúrgicos resultaram na quebra dos acordos das câmaras de brinquedos e automotiva. "Uma das bases da estabilização é a confiança. Perdemos a confiança de assinar qualquer outro tipo de acordo", disse o presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), Emerson Kapaz. Reservadamente, o Ministério da Indústria, Comércio e Turismo admite que tanto metalúrgicos quanto empresários têm razão nas queixas de quebra dos acordos. A câmara setorial de brinquedos havia decidido em junho que a alíquota de importação seria mantida em 30% até o final do ano. Mas Ciro Gomes incluiu o setor entre os que tiveram o imposto baixado para 20%. O governo havia se comprometido a tentar incluir a importação de brinquedos entre as que teriam o imposto mantido em 30% para os negócios feitos no âmbito do Mercosul. A Argentina, o Uruguai e o Paraguai haviam concordado com a reivindicação. Com a queda da alíquota de importação, a proposta deve ser inviabilizada. "Com o acordo, demos uma antecipação de 10% para os trabalhadores e nos comprometemos em aumentar 15% a produção e reduzir 30% os preços", disse Kapaz. Segundo ele, a redução das taxas "foi um bombardeio contra os acordos das câmaras". Kapaz disse que a Fazenda nunca acreditou nas câmaras setorias. A greve dos metalúrgicos também tem como uma das causas o descumprimento do acordo da câmara setorial. Pelo acordo, haveria reposição mensal da inflação. O governo desconheceu o acordo, e ainda interferiu nas negociações para inviabiabilizar a reposição da inflação de julho e agosto. LEIA MAIS sobre câmaras setoriais na pág. 1-6 Texto Anterior: Alta-costura Próximo Texto: PNBE quer recuo na lista Índice |
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