São Paulo, sábado, 17 de setembro de 1994
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Monarquistas lançam 12 candidatos à Câmara

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

Derrotados no plebiscito que no ano passado consagrou a República e o presidencialismo, os monarquistas não desistiram de seu plano real: o que prevê um rei na chefia do Estado brasileiro.
Os 7 milhões de votos obtidos no plebiscito –10% do eleitorado– animaram o MPM (Movimento Parlamentarista Monárquico) a lançar um total de 12 candidatos à Câmara dos Deputados.
Os candidatos foram distribuídos por diversos partidos em 11 Estados. Atualmente, os monarquistas têm apenas um deputado federal, Cunha Bueno (PPR-SP).
"Avaliamos que seria difícil manter a causa do parlamentarismo monárquico se não tivéssemos uma bancada no Congresso Nacional", afirma o presidente nacional do MPM, o economista Gastão Reis, 49, candidato a deputado federal pelo PSDB do Rio.
Entre os candidatos não há, porém, nenhum descendente de d. Pedro 2º, o último imperador brasileiro. Também não foi criado nenhum partido.
Não há, entre os integrantes do MPM, a intenção de se buscar um novo plebiscito. Pelo menos, não por enquanto. De acordo com Gastão Reis, a prioridade do movimento será difundir melhor a idéia do parlamentarismo.
A partir daí se tentaria um consenso em torno de um futuro rei. A falta de definição sobre quem seria o rei, foi, segundo Reis, um dos principais problemas enfrentados pelo MPM no plebiscito do ano passado.
Ele afirma que o ideal seria "eleger" uma criança que, assim, já seria educada com a perspectiva de assumir o trono brasileiro.
Enquanto o rei não vem, os monarquistas querem dedicar-se a melhorar a República. Quem não reparar no desenho da coroa imperial impressa nos panfletos de Reis poderá julgar estar diante de um republicano reformista.
Baseada nas propostas do MPM, a plataforma de Reis prevê, entre outros pontos, a introdução parcial do voto distrital, a fidelidade partidária, a independência do Banco Central e o fim da imunidade de parlamentares acusados de crimes comuns.

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