São Paulo, sábado, 17 de setembro de 1994
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Quércia diz que continua em campanha

ALEXANDRE SECCO
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato à Presidência pelo PMDB, Orestes Quércia, disse ontem que continua em campanha e deu como "certa" sua participação no segundo turno das eleições.
Ele também disse que o dinheiro está no fim e que a partir de amanhã usará uma nova estratégia no horário eleitoral.
Quércia chegou a se comparar ao pugilista norte-americano Mike Tyson, ex-campeão mundial dos pesos-pesados.
"Eu sou que nem o Tyson. Não jogo a toalha nunca. Taco o porrete no adversário e venço a luta", disse, em comício no Rio.
Segundo a Polícia Militar, 3.000 pessoas assistiram ao ato em Irajá (zona norte da cidade).
Segundo ele, este seria o patamar "padrão" do petista.
Já FHC (PSDB), diz Quércia, deverá ficar com "mais ou menos 20%" na véspera da eleição.
Por essa análise, Quércia terá que saltar pelo menos 15 pontos em duas semanas para concorrer ao segundo turno.
"Eu vou disputar o segundo turno. Lula e FHC seria uma tragédia para o país", disse.
Para ele, a sensação com o real vai cair antes da eleição. "O povo está vendo que o candidato do governo (FHC) é fraco e que está escondido atrás da moeda".
Quércia disse ter o apoio das lideranças importantes do PMDB e das bases do partido. Esses apoios e a decepção com o Real seriam os responsáveis por alavancar sua candidatura até 3 de outubro.
"Com tudo isso, pergunto o que aconteceu", disse. "Eu esperava que a reviravolta na campanha já tivesse ocorrido".
Ele só não consegue esconder o desânimo. "Isso de ânimo é uma análise subjetiva. Estou normal, está tudo bem, de repente até eu estava mais animado", disse.
Segundo Quércia, a falta de dinheiro já obrigou a demissão de pessoal e, para a reta final, os gastos serão mais modestos.
"Agora vamos gastar menos, mas o bastante para chegar ao segundo turno", disse ontem em São Paulo, onde gravou programa e participou do aniversário do publicitário Chico Santa Rita.
A tônica da propaganda de TV, que está no pagamento dos 12%, não pegou e deve mudar.
A campanha adotará um novo slogan: "Nem lá, nem fh, Quércia já", referindo-se a Lula e a FHC.
Colaborou a Sucursal do Rio

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