São Paulo, domingo, 18 de setembro de 1994
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Inocentados, quatro tentam a reeleição

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Quatro dos oito deputados acusados pela CPI do Orçamento e inocentados pelo plenário da Câmara são candidatos à reeleição. Outro, Daniel Silva (PFL-MA), é candidato a deputado estadual.
Flávio Derzi (PP-MS) espera ser o candidato mais votado do seu Estado.
João de Deus Antunes (PPR-RS), evangélico, espera ter os votos dos "irmãos", a quem ajudou destinando dinheiro do Orçamento da União.
Ézio Ferreira (PFL-AM) usou sua mulher, Graça, para segurar sua vaga de candidato.
Como o prazo para o registro de candidaturas acabava antes de seu julgamento pela Câmara, Ferreira colocou sua mulher como candidata a deputada federal.
Inocentado, Graça renunciou em favor do marido.
Outra mulher que entrou na disputa foi Sueli Aragão (PMDB). Com o apoio e influência política do marido, senador Ronaldo Aragão (PMDB-RO), ela disputa uma vaga na Câmara.
Aragão foi o único senador entre os 18 parlamentares com pedido de cassação. Foi inocentado.
A Câmara terminou de julgar os 17 deputados acusados no último dia 31 de agosto, 222 dias após o encerramento da CPI, inocentando Paulo Portugal (PP-RJ), também candidato à reeleição.
O ex-deputado João Alves (sem partido-BA), o mais conhecido "anão" da comissão de Orçamento, quer eleger deputados de sua "confiança" na Bahia.
Segundo Alves, que foi expulso do PPR após o escândalo, mais de 50 prefeitos foram consultá-lo para saber que candidatos apoiar nas eleições. O "ex-anão" não disse se sua participação na campanha envolveria ajuda financeira.
Alves renunciou para fugir da cassação e, como os cassados, é inelegível até 1998.
Acostumado a fazer "dobradinha" na eleição com o ex-deputado Genebaldo Correia (PMDB-BA), o deputado estadual baiano Raimundo Caires (PMDB) "herdou" a vaga de candidato do deputado, que também renunciou.
Cassado, o ex-deputado Carlos Benevides (PMDB-CE) tenta eleger o responsável pela entidade que o levou a perder o mandato: o ex-prefeito de Acarau (CE) Aníbal Ferreira Gomes (PMDB).
Gomes era o presidente da Fundação Amadeo Filomeno, acusada pelo TCU (Tribunal de Contas da União) de aplicação irregular dos recursos do Orçamento destinados por Benevides.

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