São Paulo, domingo, 18 de setembro de 1994
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COMO FUNCIONAVA O GLOBE NO SÉCULO 16

1. CASA DOS ATORES
Nos fundos do palco, ocupando cerca de um quarto ou um quinto dos balcões, ficava a Casa dos Atores, compreendendo camarins, salas de música e estoque de objetos variados, com uma entrada reservada, por trás.
2. O PALCO
O palco era na frente da Casa dos Atores e os espectadores o rodeavam por três lados. Supõe-se que ficava a 1m60 ou 1m80 do chão, para que tivesse visibilidade.
3. A "LORD'S ROOM"
Certos espectadores especiais ocupavam parte do espaço do quarto lado numa galeria da própria casa dos atores, que era chamada de "Lord's Room". Espectadores elegantes traziam banquinhos para o próprio palco e sentavam literalmente ao alcance dos atores.
4. A "CABANA"
No alto do palco, erguia-se o "heavens" , um teto pintado ricamente. Acima do "heavens", havia a "hut" (literalmente "cabana"), que abrigava maquinaria utilizada para suspender os atores nos efeitos de "vôo". O chão do palco era equipado com alçapões, para que os artistas pudessem surgir deles.
5. A FACHADA
A fachada da casa dos atores era extremamente importante. Com suas duas portas, não apenas era o fundo visual para quaisquer cenas das peças como também comandava a entrada e a saída dos atores e, por isso, o timing da ação. Se o rei da França entrava por uma porta, então se estava na França. Se este saía e entrava o rei da Inglaterra, então se estava na Inglaterra.
6. O BALCÃO
Se os soldados de um exército entrassem em cena e outros soldados estivessem no balcão acima do palco, a "Lord's Room", a cena representava o ataque aos muros de uma cidade. Esta galeria no alto também servia para representar o balcão de Julieta . Presume-se que os atores interpretavam entre os espectadores na "Lord's Room".
7.A GALERIA DOS MÚSICOS
No terceiro andar da Casa dos Atores havia um pequeno local interno que normalmente abrigava os músicos da casa, mas que em raras ocasiões era usado como área de ação dramática para representar um lugar alto como uma torre, uma guarita ou o topo de mastro de um navio.
8.O CENÁRIO
Os elizabetanos não tinham nenhuma concepção de cenário como ele é entendido hoje no teatro europeu. Não que estivessem impedidos de fazê-los, mas porque para eles um ator em seus trajes no imponente palco elizabetano criava um cenário universal completamente adequado à expressão. Objetos de cena necessários em algumas circunstâncias, como árvores, cadeiras, camas, eram trazidos ao palco por contra-regras.

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