São Paulo, domingo, 18 de setembro de 1994 |
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Imposto menor altera o mercado
JOSÉ CARLOS CHAVES
Estimativas do setor apontam redução média de 10% no preço final ao consumidor. A previsão é que dentro de 90 dias, em média, a maioria dos importadores já esteja praticando a redução. Alguns já se anteciparam, caso da Citroen e da Mazda (veja no "Guia de Preços", encartado neste caderno). A Citroen divulgou na sexta-feira uma nova tabela, em média, 11,1% mais barata. O modelo AX GTI BR baixou de R$ 22,1 mil para R$ 19,6 mil, menos que o similar Gol GTi (R$ 23,1 mil). A redução nos modelos Mazda está entre 6% e 8%. A Peugeot é outra que deve começar ter novos preços já a partir desta semana. A queda dos preços deve mudar a classificação dos importados dentro dos segmentos. O Tipo 1.6 (deve baixar para R$ 13 mil) brigava direto com o Kadett GLS 1.8i ou Logus GLi 1.8 (R$ 18 mil). Com a redução, iria para a faixa do Gol CL 1.8 (R$ 12,5 mil), de acabamento inferior e menor número de equipamentos. Até a Kombi, que não tinha nenhum similar direto na mesma faixa de preço, vai ter concorrência. O utilitário nacional sai por R$ 9,76 mil, mais do que os prováveis R$ 9,2 mil da minivan Towner Coach, da Asia Motors. Entre os básicos, a relação também deve mudar. Pela redução de 10%, o Renault Twingo 1.2 cairia para R$ 11,3 mil, mais barato que o Corsa GL 1.4 (R$ 11,95 mil). Os importados também levam vantagem de não enfrentarem o ágio. Algumas importadoras analisam a possibilidade de trazer novos modelos de baixa cilindrada. A Mitsubishi saiu na frente e vai comercializar o Colt GL, por US$ 13 mil, e o Lancer GL, por US$ 15 mil, já pela nova alíquota. A Abeiva (associação das importadoras) prevê que, com a nova taxa, este ano serão vendidas 63 mil unidades, 25% a mais do que as 50 mil previstas. As montadoras protestam. A Anfavea (associação dos fabricantes) considera a medida um erro. "Isso (a diminuição do II) é algo possível, mas desde que acompanhada da redução de impostos e custos de produção (dos carros nacionais)", diz o presidente, Luiz Adelar Scheuer. A Fenabrave (que reúne as revendas do país) concorda. "A concorrência ficará injusta. Os carros brasileiros pagam os maiores tributos do mundo. Isso terá consequências fatais nos empregos", afirma Sérgio Reze, presidente da entidade. As importadoras revidam. Com a redução do II, Emílio Julianelli, presidente da Abeiva, calcula que deverão ser criados mais 3.000 empregos e 150 revendas, somando-se às atuais 624 concessionárias e 25 mil funcionários. "Não sei como podem falar em desemprego com tanta produção e demanda", diz Washington Armênio Lopes, presidente da Asia Motors no Brasil. Para Thierry Peugeot, presidente da francesa Peugeot no país, as montadoras tinham muita proteção com a alíquota de 35%. "Na França, 40% dos carros são importados, as alíquotas são 0% para modelo europeu e 8% para os de fora e a indústria nacional continua competitiva." Apesar disso, a Volkswagen planeja triplicar as importações do Golf, fabricado no México, e a GM já está repensando a instalação da terceira fábrica no país, um investimento de US$ 300 milhões. Atualmente a Fiat é a maior importadora de veículos do país. Em agosto, vendeu 9.244 unidades do Tipo (o 3º mais vendido do país). No mesmo período, as 26 marcas representadas pela Abeiva comercializaram 9.348 carros. A marca mais vendida foi a Renault, com 1.037 carros. Texto Anterior: Venda acumulada é maior do que em 93; Honda CG 125 é modelo mais vendido; Peugeot 106 será vendido em outubro; Niva terá nova versão 1.7 com injeção Próximo Texto: Deve faltar Gol novo este mês nas revendas Índice |
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