São Paulo, segunda-feira, 19 de setembro de 1994
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País terá fluxo externo recorde em 95

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

Em 1995, o Brasil receberá um fluxo recorde de recursos estrangeiros tanto em investimentos diretos na produção como em investimentos indiretos no mercado de ações.
A previsão é de Stephen Rose, presidente da Stephen Rose & Partners, corretora de Londres, que aplicou, nos últimos três meses US$ 300 milhões no país.
Após visita ao Brasil, semana passada, Rose expressou, em relatório a seus clientes, seu otimismo em relação ao país.
"Acredito que uma série de fatores vai produzir vários anos de substancial crescimento econômico no Brasil até o fim da década".
Entre as razões de seu otimismo estão o crescente desejo de mudanças manifestado pela população, cujo apetite foi aguçado pelo sucesso inicial do Plano Real.
A crescente proeminência na política de uma geração mais jovem de pessoas modernas e com uma visão internacional
Uma base industrial privada, que fez importantes ajustes desde que o ex-presidente Collor trouxe um elemento mais competitivo para a economia, melhorando sua eficiência, estrutura financeira e a qualidade de seus produtos.
Um candidato presidencial em Fernando Henrique Cardoso de visão, integridade e perfil internacional, que tem uma consciência social -e que deve ser eleito com o tipo de maioria no país que lhe permitirá aprovar seu programa de governo no Congresso.
Um mercado interno com um potencial não satisfeito para op consumo, que será apoiado por um economia mundial saindo de um período de recessão.
Rose diz em seu relatório reservado que, apesar de otimista, vê riscos ao sucesso do Brasil.
"O Brasil é um país onde se deve esperar o inesperado", afirma.
Ele se diz preocupado com o aquecimento inflacionário da demanda como resultado do sucesso inicial da estabilização da moeda.
O novo Congresso e os novos governadores podem não querer cooperar com Fernando Henrique Cardoso, que, aposta Rose, ganhará as eleições no primeiro turno.
Ele diz que a inflação estará de volta se o Real não for sustentado com a revisão constitucional.

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