São Paulo, segunda-feira, 19 de setembro de 1994
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Resistência a invasão deve durar só um dia

CLÁUDIO JULIO TOGNOLLI
DO ENVIADO ESPECIAL

O comando militar norte-americano estima que as Forças Armadas haitianas não consigam suportar o ataque por mais de um dia. O Exército haitiano não dispõe de radares e a gasolina dos veículos é racionada.
Segundo os observadores militares americanos, entre os 7.000 soldados haitianos há 1.300 policiais civis. Eles são comandados por Joseph Michel François.
Os militares americanos informaram que 4.000 homens estão concentrados no centro de Porto Príncipe.
Eles têm apenas quatro carros militares –estima-se que só um desses veículos possa atacar a cada hora.
Os haitianos também contam com cem soldados na Força Aérea, duas lanchas de combate e nove barcos de patrulha.
A Força Aérea conta com seis helicópteros Sikorsky, cinco aviões Cessna e dois jatos italianos Marchette.
Além de Raoul Cedras, esse pequeno Exército conta com o comando do general Clod Duperval e do brigadeiro Max Mayard. Estes líderes militares graduaram-se em 1973 e fazem parte de famílias de classe alta haitianas.
Combustível
O governo dominicano identificou neste fim-de-semana uma rota de tráfico de combustível entre o país e o vizinho Haiti.
Os traficantes vão a Santo Domingo (a capital dominicana) e compram combustível sob orientação do Exército haitiano.
O general Camilo Antonio, chefe de operações da região noroeste da República Dominicana, disse que seu governo já tomou medidas contra esse tipo de atividade.
Cada 50 litros de gasolina, que custam o equivalente a cerca 20 reais no mercado oficial dominicano, são revendidos a preços cinco vezes mais altos no Haiti.
O governo dominicano recebeu do Exército americano a informação de que o combustível existente no Haiti é suficiente para apenas três dias de combate.

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