São Paulo, terça-feira, 20 de setembro de 1994
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Estilista Moschino morre aos 44

CELSO FIORAVANTE
DA REDAÇÃO

Morreu anteontem, em sua casa no lago de Annone (norte da Itália), o estilista italiano Franco Moschino (pronuncia-se mosquíno). Estava com 44 anos de idade. A notícia foi divulgada ontem pelos familiares do estilista, depois da cremação do corpo.
A cerimônia aconteceu em Abiategrasso, na periferia de Milão, cidade onde Moschino nasceu em 27 de fevereiro de 1950. Segundo a família, a morte foi causada por um tumor no abdome.
Moschino começou no mundo da moda no início dos anos 70. Depois de frequentar os cursos noturnos de desenho da Accademia de Brera, foi contratado como desenhista de Gianni Versace, com quem trabalhou até 1977.
Saiu ao perceber que poderia "ganhar dinheiro, muito dinheiro", como chegou a dizer, em uma de suas frases polêmicas. Trabalhou então com empresas como Davidoff e Max Mara, antes de criar a marca Moschino, em 1983, e sua primeira coleção, no ano seguinte.
Ao longo de seus dez anos de atividade –comemorados no ano passado com o evento "X Anni di Kaos" (dez anos de caos)– Moschino destacou-se como o mais inovador e ousado dos estilistas italianos. Fascinado pelo teatro, não abdicava da dramaturgia em suas criações e desfiles.
Foi um dos primeiros a atentar para o potencial dos acessórios, como bolsas e cintos, e a fazer deles sua marca registrada.
Irreverente, provocador e anticonformista, Moschino era o mais comprometido dos estilistas em causas como a ecologia, a Aids, a violência e as injustiças sociais e sempre explicitava esta preocupação em suas campanhas publicitárias, que não nunca apresentavam suas criações ou modelos. Grande parte do total arrecadado por suas coleções era destinada a causas humanitárias, como a ajuda a crianças soropositivas.
"Estar na moda hoje significa ser o mais consciente possível do mal que podemos fazer à natureza, ao nosso planeta e a nós mesmos", disse em fevereiro último, depois de seu último desfile.

Com agências internacionais

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