São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 1994
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CMN adia a criação de novos fundos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O CMN (Conselho Monetário Nacional) não examinou ontem a criação de fundos de investimento lastreados em títulos da dívida externa.
O assunto será estudado em uma reunião extraordinária do CMN, a ser realizada na próxima semana.
O tema deveria entrar em pauta, com o objetivo de aumentar a procura por dólar e induzir a elevação da cotação da moeda norte-americana, mas não chegou a ser examinado.
O CMN analisou o fim da obrigatoriedade de compra de títulos públicos pelos fundos de pensão, o balanço semestral do Banco Central e novas regras para balanços de bancos federais.
As regras possibilitariam que a CEF (Caixa Econômica Federal) e o BNB (Banco do Nordeste do Brasil) não registrassem prejuízo. Os créditos de retorno duvidoso não seriam contabilizados no passivo.
Até as 19h de ontem não havia sido divulgado o resultado da reunião do CMN.
Os fundos de investimento em dívida externa seriam operados por bancos e oferecidos a pessoas físicas e jurídicas.
Com o dinheiro captado, os fundos comprariam no exterior títulos da dívida brasileira –que tendem a ter grande valorização a longo prazo.
Segundo técnicos do Banco Central, os fundos deveriam atrair principalmente investidores de grande porte, como fundos de pensão e empresas com dívidas em dólar.
Para a aquisição dos títulos lá fora, os novos fundos teriam de adquirir no mercado interno os dólares necessários para a compra, utilizando os reais recebidos dos investidores.
Segundo a área técnica do BC, entretanto, a criação dos novos fundos não deverá proporcionar alta imediata do dólar. O interesse pela nova aplicação dependerá das perspectivas de estabilidade econômica e da definição do quadro eleitoral.
O Brasil tem cerca de US$ 32,5 bilhões em títulos de sua dívida no mercado internacional. Os papéis se valorizam na medida em que o país honra seus compromissos internacionais e os acordos da dívida.

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