São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 1994
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Covas reúne dossiê contra adversários

DA REPORTAGEM LOCAL

Preocupado com a queda nas pesquisas de intenção de voto, o candidato a governador de São Paulo pelo PSDB, Mário Covas, reúne documentos e monta dossiês com denúncias contra os demais concorrentes.
O objetivo do candidato é divulgar supostas irregularidades dos adversários sem que seu nome apareça como autor das denúncias, preservando assim sua imagem.
Os principais alvos do tucano são Munhoz, Rossi e Dirceu.
Pesquisas internas mostram que o eleitor está avesso a denúncias durante o período eleitoral.
Oficialmente a assessoria de Covas nega a estratégia. Segundo Fernando Jordão, assessor do candidato, não faz parte da estratégia tucana apresentar acusações. "Não faz parte da política do Covas fazer acusações", diz.
O vazamento das denúncias daria a Covas a possibilidade de se manter distante dos demais candidatos. Pelas pesquisas de opinião realizadas até agora, o tucano venceria no primeiro turno.
Na última pesquisa Datafolha, Covas aparece com 46% das intenções de voto, nove pontos percentuais à frente da soma dos índices dos adversários, 37%.
Covas iniciou a campanha, em maio, com 56%. Atingiu 59% em julho. Depois começou a cair até atingir 46% em pesquisa realizada entre os dias 13 e 15 de setembro.
Enquanto caía, os adversários subiam. Barros Munhoz (PMDB) passou de 5%, em maio, para 12% em setembro. Nesse período, Francisco Rossi (PDT) e José Dirceu (PT) subiram, respectivamente, de 9% para 11% e de 5% para 9%.
A margem de erro das pesquisas é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
Os dossiês começaram a ser produzidos para que o candidato pudesse responder a ataques durante debates nas emissoras de TV.
Covas só usou parte do material em debate na TV Gazeta, dia 1º de setembro, para tentar caracterizar o uso da estrutura do governo do Estado na campanha de Munhoz.
No debate, Covas leu cópia de suposta declaração do governador Luiz Antonio Fleury Filho favorável ao favorecimento a Munhoz.
Os dossiês tucanos contra Munhoz continuam a apontar o envolvimento da máquina do governo estadual na campanha do peemedebista.
Munhoz e o governador negam o favorecimento, que está em investigação na Corregedoria Eleitoral de São Paulo.
Contra Dirceu, os levantamentos do candidato apontariam para as coligações feitas entre o PT e o PFL para eleger prefeitos em vários municípios do país.
Uma das principais críticas de Dirceu contra o tucano no horário eleitoral gratuito se baseia na aliança PSDB/PFL para a disputa estadual e a sucessão presidencial.
O candidato do PT nega a acusação e diz que o partido sempre orientou os diretórios municipais a não se coligarem ao PFL em disputas eleitorais.
Sobre Rossi, a assessoria tucana faz um levantamento sobre antigos processos respondidos pelo ex-prefeito de Osasco e suas ligações com a campanha de Fernando Collor de Mello em 89.
A assessoria do candidato do PDT diz que nenhuma denúncia contra Rossi foi comprovada.

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