São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 1994
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Assessor de senador se desculpa com repórter

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RIO BRANCO

A gerente-geral da Fundação Amazônica Internacional e o assessor do gabinete do senador Aluizio Bezerra (PMDB-AC) apresentaram ontem um pedido formal de desculpas pela perseguição de que foi vítima segunda-feira o repórter Manuel Cavalheiro, da Agência Folha em Rio Branco.
O assessor Márcio Mendonça, 40, disse ao jornalista que se desculpava em nome do senador por "um erro gritante" de seus subordinados. A gerente-geral Oneida Loilola, 41, que é também secretária de Bezerra no Acre, afirmou que os envolvidos serão identificados e advertidos.
O repórter tentava ouvir o senador segunda-feira sobre uma "cartilha do soldado da borracha", impressa no centro gráfico do Senado Federal, quando foi retido na sede da Fundação Amazônica por determinação do cabo eleitoral Antônio Nogueira.
A fundação funciona como comitê eleitoral do senador e de sua mulher, a deputada federal Zila Bezerra. Ambos são candidatos à reeleição.
Depois de mandar reter o jornalista, o cabo eleitoral Nogueira determinou a perseguição a Cavalheiro, que se refugiou no Pinheiro Palace Hotel, de onde só pôde sair mais de uma hora depois sob escolta da Polícia Militar.
A cartilha impressa na Gráfica do Senado recomenda, entra outras coisas, que os seringueiros aposentados votem em Bezerra e em sua mulher. Apesar do pedido de desculpas, o senador se negou a explicar a utilização da gráfica.
Ontem, o cabo eleitoral Nogueira disse na presença de Oneida que não reconhecia Cavalheiro como jornalista, não pretendia mudar sua posição a respeito do profissional e que não iria pedir desculpas.

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