São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 1994 |
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Tietes transformam os atletas em 'pop stars'
MAURO TAGLIAFERRI
Para a estudante Alessandra Almeida, 16, a questão tem uma resposta: o atacante Tande. "Eu o amo", declarou-se ela. Alessandra e sua colega Gisélia Soares, 17, moram e estudam, no 2º colegial, em São Bernardo do Campo (18 km a sudeste de São Paulo). Mas por cinco vezes já mataram aula e foram até Barueri (27 km a oeste de São Paulo), onde fica o Centro de Treinamento da seleção. As duas assistem aos treinos da manhã e da tarde. Aproveitam a saída dos jogadores do ginásio para pegar autógrafos e tirar fotos. E não são as únicas. Diariamente, o CT é visitado por uma leva de tietes, que transformam os jogadores em verdadeiros "pop stars". Isto porque, para a maioria das fãs, o vôlei em si pouco importa. Elas querem estar ao lado de seus ídolos, de quem conhecem a vida pública –e a privada. "A gente sabe que o Carlão usa cueca azul, porque tinha uma pendurada ao lado do calção número nove no varal", disse a estudante Adriana Paula Rosa, 19. Ela estava na última sexta-feira no CT de Barueri acompanhada de duas amigas, Irini Fanourious, 19, e Luciana Hoffmann, 17. Assim como Alessandra e Gisélia, as três também matavam aula, mas de um cursinho em Alphaville, conjunto residencial que fica próximo a Barueri. As vestibulandas negam, porém, que sejam tietes. "Nem viemos de máquina fotográfica", afirmou Luciana. "A gente se interessa pelo jogo", explicou. "Lógico que sempre tem um jogador mais bonitinho...", disse Irini, rindo junto com as amigas. "Mas a gente não fica chorando por causa deles", completou. Já Alessandra disse que chorou por causa de Tande. "Quando o vi, comecei a chorar. Aí o Tande me viu, se aproximou, pegou na minha mão e pediu que eu parasse de chorar. Então chorei mais ainda", contou. Texto Anterior: 1964 Próximo Texto: Masculino estréia em 8 dias Índice |
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