São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 1994
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Paraíba tem mais velhos no país

ADELSON BARBOSA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

A Paraíba é o Estado com o maior percentual de idosos (pessoas com mais de 60 anos) do país.
A informação aparece em estudo do Ideme (Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual), órgão da Secretaria do Planejamento do Estado.
Elaborado com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o estudo indica que 9,12% da população da Paraíba é formada por idosos. Em 1980, havia 7,95% de idosos no Estado. A média de idosos do Nordeste é de 7,43% da população. A média brasileira é de 7,49%.
Hoje, perto de 290 mil pessoas têm mais de 60 anos na Paraíba. Em 1980, havia cerca de 220 mil.
O envelhecimento da população paraibana se deve basicamente a três fatores, de acordo com o estudo do Ideme.
O primeiro é a redução da taxa de fecundidade das mulheres paraibanas de 7 para 2,3 filhos por mulher entre 1970 e 1990.
Os outros dois são a migração das pessoas na faixa etária de 20 a 40 anos e a redução de 44,53% para 37,72% do total de crianças e adolescentes entre 0 e 14 anos.
O estudo indica que o processo de envelhecimento da Paraíba é mais rápido que o do Brasil.
A queda da taxa de fecundidade é fundamental para o envelhecimento de uma população, segundo o estudo.
Na avaliação do técnico em pesquisa científica e tecnológica do Ideme, Carlos Gonçalo de Oliveira, quando há redução na taxa de fecundidade, mais crianças deixam de nascer e as que existem tornam a média de idade maior.
Dados colhidos por Oliveira junto a órgãos de controle da natalidade revelam que, em 1991, 52% das mulheres nordestinas esterilizadas tinham menos de 30 anos, ou seja, estavam em idade fértil.
Em relação à migração das pessoas de 20 a 40 anos, Oliveira diz que houve "um verdadeiro esvaziamento de pessoas nessa faixa etária, principalmente na zona rural dos pequenos municípios".
Conforme Oliveira, em alguns municípios, as pessoas entre 20 e 40 anos migraram principalmente em busca de trabalho em outros Estados.
"O envelhecimento populacional deixou de ser um fenômeno exclusivo de algumas sociedades desenvolvidas e é notado também em países ainda em desenvolvimento, como o Brasil, e em regiões atrasadas, como o Nordeste brasileiro", afirma Oliveira.

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