São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Cedras promete disputar eleição
CLÁUDIO JULIO TOGNOLLI
Cedras anda sorridente e acena com facilidade para o povo e para os jornalistas quando sai do palácio presidencial. Espera-se que Cedras permaneça no poder com o apoio dos ex-presidente americano Jimmy Carter. O ex-presidente afirmou que Cedras "colaborou muito para a entrada pacífica das tropas americanas" no Haiti. O general Cedras forneceu ontem ao comando dos EUA informações sobre onde pode se encontrar o ex-chefe de polícia Michel Francois. Ele é acusado de ter torturado nos últimos quatro anos mais de três mil pessoas. Ainda não está definida porém a situação do segundo homem mais forte do Haiti, general Filipe Biamby. Simpatizantes do regime militar dizem que não há porque os membros da junta deixarem o país. "Eu não ouvi de nenhum plano de deixar o país. Talvez eles passem o tempo mergulhando ou escrevendo suas memórias", disse Lynn Garrison, auxiliar de Cedras de origem canadense. Os militares nem mesmo assinaram o acordo com Carter. Só o presidente Jonassaint assinou. Olivier Nadal, um rico importador e oponente de Aristide não acredita que o acordo vá funcionar. "Eu não vejo Aristide voltando. Um mês é um tempo muito longo e ainda há muita coisa a ser decidida", disse. "Eu imagino se alguém entre os militares vai resistir, vai tentar falar, falar, falar e não respeitar cada ponto. É o costume haitiano não aceitar que se está errado", disse o senador Eudice Raymond, membro da coalizão pela qual Aristide voi eleito. (CJT) Texto Anterior: 'Tonton macoutes' dominam um país dividido Próximo Texto: Até o vodu entra na luta política Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |