São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 1994 |
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Escândalo derruba mais 46 policiais de SP
MARCELO GODOY
As denúncias foram feitas pelo comerciante José Gonzaga Moreira, 50, o Zezinho do Ouro, que teria trabalhado durante 30 anos como informante da Polícia Civil. Além da quebra das contas bancárias, os suspeitos terão investigados suas declarações de Imposto de Renda e seus patrimônios no Estado de São Paulo. "Todo policial citado pelo informante ficará afastado enquanto durar a investigação", disse o diretor da Corregedoria da Polícia Civil, delegado Ruy Estanislau Silveira Mello, 45. O procurador-geral José Emmanuel Burle Filho, 50, designou sete promotores para acompanhar o inquérito da Corregedoria da Polícia Civil que vai apurar as denúncias. O delegado Antônio do Carmo Freire de Souza, chefe da Divisão de Materiais, presidirá a investigação-inquérito. O inquérito será feito sob sigilo de Justiça. O procurador-geral também determinou a instauração de um procedimento preparatório para a abertura de inquérito civil contra os policiais citados. Com isso, ele quer apurar se houve enriquecimento ilícito dos suspeitos. "As denúncias são de extrema gravidade e têm uma aparente consistência", disse Burle. Segundo ele, se as denúncias forem comprovadas, os policiais poderão ter os bens sequestrados. O procurador-geral disse, ainda, que está sendo estudado como proteger a vida de Zezinho do Ouro. Uma hipótese é o informante ir morar no quartel do 4º Comar (Comando Aéreo Regional). Ontem, outro membro da cúpula da polícia foi afastado: o diretor do Dinfor (Departamento de Informática), delegado Cláudio Gobbetti. Anteontem, já haviam sido afastados os delegados Carlos Alberto Costa, o "Carioca", diretor do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), e João Violim Belão, diretor da Divisão de Crimes Fazendários. Gobbetti é acusado de receber de presente de seu sobrinho, o também delegado Eduardo Gobbetti, cristais roubados. Eduardo Gobbetti, que dirigia o 9º DP (Carandiru), e o delegado Aílton Bicudo também foram afastados sob suspeita de tráfico de drogas e extorsão. Também foram afastados os delegados Manassés Rodrigues de Carvalho, Francisco Basile, Natanael da Silva Abreu, Justino Matos de Ramos Junior, José de Freitas Mendonça e Hélio Bernardes Cabral. LEIA MAIS Sobre o escândalo na polícia na pág.10. Texto Anterior: Governo quer proibir venda de remédios oftalmológicos Próximo Texto: Informante faz novas denúncias Índice |
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