São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 1994
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República das bananas; Olho no Voto; Aulas de FHC; Jânio Neto; Pacaembu alvi-negro; Apoio ao Real; Artistas e política

República das bananas
"Quando estava na cabeça das pesquisas, Lula dizia que nossa eleição era legítima e transparente (disse isto até nos EUA). Hoje, diz que somos uma república de bananas. Desespero tem preço, mas não tão caro assim!"
Nelson Pereira (Porto Feliz, SP)
"O artigo de Lula é sensato. Ele não difama o país; fala a verdade. Não pode ser legítimo um processo eleitoral manipulado pela mídia, como o que vem ocorrendo no Brasil. Pretender fazer um presidente com base na simples troca de moeda a três meses das eleições é fenômeno típico de uma 'república de bananas'."
Gilmar Piolla (Curitiba, PR)

Olho no Voto
"Fui surpreendido com o caderno Olho no Voto do último domingo, que relacionava fatos da minha vida parlamentar. O caderno contém informações que chegam à opinião pública de forma distorcida o inverídica: 1) Afirma-se que sou suplente, tendo assumido o mandato de deputado federal. Não sou nem nunca fui suplente. Estou exercendo meu teceiro mandato. Durante esse período, presidi a Comissão de Educação e Cultura por duas vezes, fui vice-líder do PSDB, apresentei mais de cem projetos de lei, fui autor do requerimento que criou a CPI da Universidade Brasileira, relatei mais de 50 projetos de lei nas comissões de que participei. Criei a frente parlamentar em defesa da escola pública, sendo seu coordenador nacional. Sou relator do projeto que institui o Sistema Nacional de Educação Tecnológica, no momento um dos mais importantes para a educação brasileira. 2) Afirma-se que não apresentei nenhum projeto de lei durante esta legislatura. Apresentei 12. 3) Afirma-se ainda que faltei a 125 sessões, correspondentes a 33%, ou seja, um terço do mandato. Não é verdade. Deixei de frequentar apenas 58 sessões, todas por estar cumprindo missão parlamentar no exterior por designação da Mesa da Câmara dos Deputados. Por último, desejo esclarecer que, da mesma forma que se cobra do parlamentar correção, honestidade, assiduidade, compromisso com a verdade, deve-se também, cobrar dos demais setores, inclusive da imprensa, o mesmo senso de responsabilidade e os mesmos compromissos com a sociedade."
João Faustino, deputado federal pelo PSDB-RN (Natal,RN)
Nota da Redação – Os números de projetos apresentados e aprovados, de autoria de cada parlamentar, foram obtidos em relatório do Prodasen. O levantamento de faltas da Folha é mais amplo do que o feito pela Mesa, que permite vários tipos de justificativas. A Folha computou a presença dos deputados em todos os dias em que houve lista e só considerou como abonadas as faltas devidas a licenças oficiais.

"Acho que os leitores, assinantes e eleitores em geral agradeceriam à Folha se ela publicar um Olho no Voto sobre a atuação dos deputados da Assembléia de São Paulo e dos senadores."
Roque Miranda (São Paulo, SP)

Aulas de FHC
"É falsa a informação que Lula deu anteontem aos aposentados, quando disse que o professor Fernando Henrique Cardoso 'recebe até adicional noturno, sem ter dado uma só aula à noite'. Como muitas centenas de outros estudantes, fui aluno do curso noturno de ciências sociais da USP, de 1961 a 1964, época em que Fernando Henrique foi meu professor. Infelizmente, Lula também teve o seu dia de Ruth Escobar ao falar sobre algo que não conhece."
José de Souza Martins (Osasco, SP)

Jânio Neto
"Surpreenderam-me as críticas de Jânio John Quadros Neto, publicadas na Folha de 18/09, ao PMDB e ao governador Fleury, principalmente, partindo de alguém com antecedentes não muito recomendáveis para enfrentar o voto popular. Vejamos: embora diga que é 'brázileiro' nato, passou a maior parte de seus 21 anos de idade no estrangeiro. A exemplo do avô, diz não respeitar o partido, achando mesmo que o 'pertidou' (por causa do sotaque) é apenas um veículo para o candidato. E, por último, sua ficha biográfica apenas constata tratar-se de um 'playboy' metido a entendido, mas que descende de uma família com graves antecedentes de desordens psicológicas. Quem ganha com a saída de Jânio John Quadros Neto é o próprio PMDB, que não precisa de gente metida a 'político'. Voto se ganha na rua a não com dinheiro subsidiado pelo partido."
Alberto Hiar, vereador pelo PMDB-SP (São Paulo, SP)

Pacaembu alvi-negro
"Não dá para imaginar um dos maiores cartões postais da cidade, senão do Brasil, modificado. Onde, até então, se Lê 'estádio municipal Paulo Machado de Carvalho' leia-se futuramente 'Sport Clube Corinthians Paulista'. O Pacaembu é para muitos de nós, como eu, um paulistano de 40 anos, um velho amigo. Que história é essa de que o Pacaembu é oneroso à prefeitura? Que se entregue a sua administração a profissionais de marketing esportivo, ou que se crie uma empresa mista para empresariá-lo. Menos vender/ muito menos para o Corinthians. 'Sorry', corintianos. Sou Santos, nada contra o time, mas transformar o Pacaembu em Corinthians, não e não."
Theodoro Eggers Neto, diretor da revista "Volleyball" (São Paulo, SP)

Apoio ao Real
"Li, surpreso e desapontado, a equivocada nota publicada na coluna Painel, da Folha de 19/09 sob o título 'Para todos os gostos'. Ao contrário do que pretende insinuar a nota, não tenho feito referências ao Plano Real em minha campanha para o Senado, em Minas Gerais, salvo para situar-me, enquanto líder do PMDB na Câmara dos Deputados, quando nominalmente provocado. Quero reafirmar que as questões políticas de meu município (Juiz de Fora), inclusive minhas relações com o presidente Itamar Franco, ficam restritas a seus limites próprios e que meu esforço pessoal pela aprovação do plano foi pautado por minha convicção do acerto das medidas propostas, substancialmente melhoradas por emendas de meu partido."
Tarcisio Delgado, líder do PMDB na Câmara (Brasília, DF)

Artistas e política
"Este jornal, que se auto-intitula imparcial, tem se mostrado um tanto tendencioso. Anteontem, Gilberto Gil apareceu na primeira página abraçando FHC. Ontem, Regina Duarte apareceu também na primeira página. Não seria esta uma tentativa discreta de influenciar eleitores?"
Humberto Costa (Bauru, SP)

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