São Paulo, domingo, 25 de setembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Caderneta volta a ficar mais competitiva

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

Bastou um mês para que a caderneta de poupança, lanterna no ranking das aplicações em agosto, recuperasse o fôlego e mesmo ameaçasse seus competidores.
Agora em setembro, a poupança tem chances de retornar ao bloco de ponta das aplicações que rendem juros.
Para liderar, bastaria que a variação da Ufir ficasse em 1%. O último IPC da Fipe divulgado baixou para 0,96%. Esta taxa foi medida nos 30 dias terminados em meados de setembro, período praticamente igual ao do IPCA-Especial, índice de preços do IBGE que corrige essa unidade fiscal a cada virada de mês.
É provável, porém, que o IPCA-E fique um pouco mais alto, em torno de 1,5%. Ao contrário da Fipe, que coleta preços só em São Paulo, o IBGE realiza seus levantamentos em 11 capitais do país, de Porto Alegre a Belém do Pará. E tem metodologia diferente.
A Ufir serve de base de cálculo da parcela do rendimento bruto que é tributado em 30% no caso de CDB e fundos de renda fixa e em 25% nos fundos de commodities e de ações. A poupança é isenta e vem daí sua grande vantagem.
Mesmo com uma variação de 1,5% na Ufir, a poupança perderia por pouco dos fundos de commodities, renda fixa DI e CDB de grande investidor, que consegue as taxas mais altas do mercado. Ganharia do fundo de renda fixa tradicional.
Se a Ufir variasse 1%, a poupança bateria todos os concorrentes com seus 2,9512% já definidos. O CDB, por exemplo, ficaria com 2,88% líquidos.
Na tabela ao lado, as projeções de rendimento dos fundos foram feitas pela Folha com base nos 15 maiores por patrimônio líquido. É óbvio que as taxas variam, ainda mais nos fundos de commodities.
Há comparação com o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) porque este é parâmetro dos maiores juros do mercado.
Em agosto, a variação da Ufir foi tão alta (5%) que deixou todas as aplicações em fundos e CDBs sem qualquer espaço para tributação. Naquele mês, o CDI fechou em 4,16% e em setembro projeta algo em torno de 3,83%.
Os índices de preços de setembro, mesmo fechados antes do final do mês, como é o caso do IPCA Especial, deixam para trás os efeitos da velha moeda e diluem as distorções da Ufir.

Texto Anterior: Não esqueça o licenciamento
Próximo Texto: Cobre o expurgo da poupança
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.