São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 1994
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'Ela é doente mental', diz líder

RONI LIMA
DO ENVIADO ESPECIAL A RESENDE

O líder do Santo Daime em Visconde de Mauá (Rio), o médico José Rosas, 54, diz que a astróloga Alicia Castilla "é doente mental" e suas denúncias são calúnias. "Cada um fala a loucura que quer."
Segundo ele, Castilla espancava a filha, que acabou fugindo de casa para se abrigar no Daime de Rio Branco (AC). "Ela tem horror da mãe, não quer nem ouvir falar."
Disse que estrangeiros realmente chegam ao Céu da Montanha para tratamentos de doenças, mas nega haver cobrança de US$ 10 mil para tratamentos na seita.
Ex-integrante de grupos da esquerda armada que combateram o regime militar e hoje um dos líderes espirituais do Céu do Mapiá (no Amazonas), o escritor Alex Polaris, 44, nega as denúncias da astróloga.
Polaris reconhece apenas o suicídio de Jambo Veloso de Freitas. Segundo Alicia Castilla, ele seria amigo de sua filha.
Segundo ele, devido ao trabalho espiritual desenvolvido pelo Daime, muitos desequilibrados mentais como Freitas pedem socorro.
O garoto teria melhorado muito em Mauá, "mas era ligado em drogas e teve uma piora", disse.
O rapaz teria ido então para o Mapiá, "contra a nossa vontade", e suicidou-se numa "situação constrangedora, com forma de fogo".
Polaris recusou-se a ser fotografado. Diz que há muita deturpação do trabalho espiritual e social realizado pelo Daime.
"Só posso dizer que nosso trabalho merece todo o apoio internacional", afirmou.
Segundo ele, o Daime, como qualquer entidade social tem direito a cobrar taxas para seu custeio.
Polaris afirmou que não tem informações sobre o valor das mensalidades, "mas é pouca coisa".

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