São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 1994 |
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Trabalho pede ação do público
DANIEL PIZA
Se a exposição no antigo matadouro, primeira parte do projeto Arte/Cidade, tendia ao conceitual, "A Cidade e seus Fluxos" tende ao lúdico e ao sensorial. Foi um ganho. Por ocupar vários pontos do centro da cidade, a nova exposição já pede a participação do público e o obriga a contrastá-la com a vida urbana real. Munido de mapa na mão, o espectador é levado a fazer um jogo de leitura múltiplo. E os artistas, desta vez, se encarregaram de mandar sinais mais vivos e articulados para estimular o jogo. A maioria das obras, não à toa, apresenta transformações, como o robô de Abílio Guerra e Marco Vale, pede interações, como o periscópio de Guto Lacaz, e cria efeitos de ilusão, como o chão de Regina Silveira. O humor é onipresente. A identidade falsa do indivíduo que transita na cidade grande, o gigantismo mutante de São Paulo e a babel de vozes e ruídos são os temas dos melhores trabalhos –trabalhos que saem da anedota e não caem na charada– de Lacaz, Caldas, Regina e Walter Silveira, Tonacci, Donasci e Fujocka. A montagem é eficiente, sobretudo no aproveitamento dos espaços. Há problemas de didatismo, apenas. Algumas obras exigiriam explicação auxiliar. Muitas pessoas, por exemplo, deixaram de ver o coração mergulhado no leite por Waltércio Caldas, porque só pode ser visto por baixo. (DP) Texto Anterior: Exposição mostra babel paulistana Próximo Texto: Evento reúne 24 artistas e 9 locais Índice |
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