São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 1994
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Embaixador e Fiesp divergem sobre efeito da queda de alíquotas

DA REPORTAGEM LOCAL

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e o embaixador Sérgio Amaral, secretário de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda, divergiram ontem sobre o impacto da política de importações no nível de emprego industrial.
O embaixador Sérgio Amaral disse que a redução das alíquotas de importação não causará demissões na indústria brasileira. Para ele, não se justifica o temor manifestado por empresários.
O embaixador Sérgio Amaral fez essa declaração depois de uma reunião de cerca de duas horas com empresários na Fiesp.
Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidentre da Fiesp, disse, porém, que "o governo tem uma visão um pouco diferente da nossa, existindo, claramente, uma posição conflitante de conceitos".
"Do mesmo jeito que ele não tem o temor nós temos o temor, porque temos informações de nossos associados de que a abertura já está causando problemas nos setores de têxteis, calçados e fósforos", disse.
O embaixador Sérgio Amaral afirmou que estudos do governo mostram que a redução das alíquotas de importação é muito pouco para ter um impacto sensível no nível de emprego.
"É preciso ter em conta que a elevação das importações com a redução das alíquotas é estimada em 1% da pauta das importações brasileira. Esse percentual é razoavelmente pequeno porque significa US$ 250 milhões", disse.
Amaral disse ainda que esse aumento de importações decorre do aumento da demanda que se exerce sobre toda a oferta de produtos.
"Como as importações representam apenas 6% do que é consumido no país, o aumento da demanda gera um aumento considerável sobre a produção interna", disse.
Amaral admitiu "uma pequena redução do nível de emprego a médio prazo", que, afirmou, " será compensado pelo aumento das exportações".
As vendas externas, lembrou o embaixador, deverão ser incentivadas via desoneração tarifária e desregulamentação do comércio exterior.

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