São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 1994 |
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Rússia propõe acordo nuclear
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
A reação dos EUA à proposta foi fria. O presidente norte-americano, Bill Clinton, está convencido de que os acordos nucleares em vigor são suficientes por enquanto para a manutenção da paz mundial. Clinton e Ieltsin iniciam hoje sua quinta reunião de cúpula. Os dois vão anunciar o início em dezembro de conversações bilaterais com o objetivo de estabelecer que o desmantelamento de ogivas nucleares dos dois países em cumprimento a tratados anteriores seja sempre irreversível. Mas o presidente dos EUA prefere dar ênfase em suas negociações com Ieltsin a assuntos econômicos e de comércio. O presidente da Rússia, que chegou ontem aos EUA, quer que as potências nucleares concordem em banir em definitivo a realização de testes com armas atômicas e ofereçam segurança aos outros países do mundo. Eles também terão em sua agenda pontos a respeito dos quais os dois países divergem: a questão da Bósnia, as relações entre a Rússia e os países da ex-União Soviética e a expansão da Otan. Apesar desses problemas, Clinton disse que os dois países mantêm "uma parceria que está funcionando" e que "o aumento da cooperação deve dar a todos motivos de confiança". Ieltsin afirmou que "o mundo inteiro tem um interesse vital no estabelecimento de uma parceria estratégica entre EUA e Rússia". Como símbolo da nova fase das relações entre os dois países, Ieltsin não vai se hospedar na embaixada da Rússia em Washington, mas sim na Blair House, a casa de hóspedes do governo dos EUA. O secretário do Tesouro dos EUA, Lloyd Bentsen, disse que cerca de US$ 16 bilhões podem ser colocados à disposição da Rússia pelos países ricos do Ocidente se algumas medidas econômicas forem adotadas por Ielstin. Ele acha indispensável apressar a privatização da propriedade agrícola na Rússia e adotar programa de cortes orçamentários duros. O secretário elogiou resultados já obtidos pelo governo de Ieltsin. Entre eles, a diminuição das taxas de inflação de 20% para 5% ao mês e a redução do déficit orçamentário para 8% do Produto Nacional Bruto (PIB). Próximo Texto: Otan escolhe belga para secretário-geral; Atriz pornô se diz grávida de Bobbitt; Líder terrorista é morto na Argélia Índice |
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