São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 1994
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Eleição simulada mostra mais indecisos

DA REPORTAGEM LOCAL

Quando o Datafolha simula uma votação e pede ao eleitor para depositar a cédula na urna, o número de votos brancos e nulos aumenta de duas a três vezes em relação ao registrado no levantamento feito com base na declaração de voto.
Segundo Gustavo Venturi, diretor do Datafolha, os dados indicam "a dificuldade que o eleitor de menor escolaridade tem de lidar com a cédula eleitoral".
O menor aumento de brancos e nulos ocorre na disputa presidencial –35%. "É a eleição sobre a qual a população dispõe de mais informações", diz Venturi.
Os candidatos que lideram a votação entre os eleitores que estudaram até o primeiro grau foram aqueles que mais perderam votos na pesquisa com voto na urna.
No Distrito Federal, por exemplo, Valmir Campello (PTB), cai de 45% no voto declarado para 35% na urna. Entre o eleitorado com instrução até o primeiro grau, Campello tem 57%, 12 pontos mais do que sua média.
Os pesquisadores do Datafolha registravam as declarações de voto do eleitor e, em seguida, forneciam a cédula e a urna para a simulação de voto.
O voto simulado alterou em cinco casos as situações registradas na declaração de voto para presidente, governador e senador.
Na eleição paulista, passa a haver chance de segundo turno. Na pesquisa por declaração de voto Mário Covas (PSDB) vence seus adversários por 47% a 38%. No voto simulado na urna a diferença cai para 41% a 35%.
Como a margem de erro é de três pontos, para mais ou para menos, pode haver empate e, consequentemente, segundo turno.
Na disputa do governo da Bahia, onde pode haver segundo turno pelos dados dos dois métodos de pesquisa, passa a haver um empate técnico –na margem de erro– entre João Durval (PMN) e Jutahy Magalhães Jr. (PSDB) na briga pelo segundo lugar.
Na declaração de voto, Durval bate Magalhães por 21% a 13%. Na simulação com urna, a diferença cai para 16% a 11%.
Na disputa pela segunda cadeira baiana no Senado, o voto simulado na urna também reduz a diferença entre Waldir Pires (PSDB) e Waldeck Ornelas (PFL) para a margem de erro: de nove pontos para cinco.
O mesmo ocorre no briga pelo segundo lugar em Goiás. A diferença de Paulo Cunha (PPR) para Mauro Miranda (PMDB) cai de sete para dois pontos.
Na eleição mais difícil para o Senado, a do Distrito Federal, o voto na urna embola três candidatos. José Arruda (PP) cai de 40% para 30%. Passa a empatar tecnicamente com com Márcia Kubitschek (PP), que fica com 26%, e Lauro Campos (PT), com 28%.

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