São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 1994
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Clima eleitoral derruba as Bolsas

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

As incertezas geradas pela proximidade das eleições causaram fortes movimentos no mercado financeiro.
A alta do dólar comercial estava sendo tão forte, que o Banco Central precisou realizar ontem a primeira operação de venda de dólar comercial do Plano Real e derrubou as cotações.
A intervenção ocorreu às 11 horas, quando o dólar comercial estava sendo vendido a R$ 0,878. A intervenção do BC ocorreu através de venda de dólar a R$ 0,869.
Os índices das Bolsas continuaram ontem descendo a ladeira. O indicador da Bolsa paulista registrou baixa de 0,9%.
O mercado acionário já começa a especular sobre as medidas a serem tomadas pelo governo após as eleições. Há o temor de que haja aumento na alíquota do IOF sobre a captação externa.
A expectativa de queda no preço dos combustíveis após a eleição está afetando as cotações da Petrobrás PN, que ontem registraram baixa de 1,9%.
No mercado de renda fixa, os juros estão estáveis. Os indicadores de inflação estão dentro do esperado.
O Banco Central realizou ontem leilão de BBCs com taxa/over de 5,617% ao mês. A taxa manteve-se dentro da expectativa do mercado.
Ontem, a cotação do ouro para dezembro na Comex de Nova York ultrapassou a barreira dos US$ 400 a onça-troy (31,1 gramas). Ficou em US$ 401,40. Para outubro (mês presente), a cotação atingiu US$ 399,10.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o grama de ouro subiu 1,69%.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,126% no último dia 23. A taxa média do over foi de 5,37% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,38% ao mês.
CDB e caderneta
As cadernetas rendem 2,9105% hoje. Os CDBs prefixados para 30 dias pagaram entre 33% e 58,4% ao ano. Os papéis pós-fixados de 122 dias pagaram taxas de 17,5% e 18,5% ao ano mais a TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média de 5,62% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): as taxas variaram entre 58% e 71% ao ano.
No exterior
Prime rate: 7,75%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 52.175 pontos, com baixa de 0,9% e volume financeiro de R$ 356 milhões, contra R$ 329 milhões no dia anterior. Rio: queda de 1,0% (I-Senn), fechando com 21.548 pontos e volume financeiro de R$ 43,65 milhões, contra R$ 27,28 milhões no pregão anterior.
Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou a 3.863,04 pontos, contra 3.849,24 no pregão anterior. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.340,90 pontos, contra 2.331,40 pontos no pregão anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 19.468,89, contra 19.814,36 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,865 (compra) e R$ 0,867 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado no dia anterior, na média, por R$ 0,860 (compra) e por R$ 0,862 (venda). "Black": R$ 0,900 (compra) e R$ 0,915 (venda). "Black" cabo: R$ 0,895 (compra) e R$ 0,905 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,860 (compra) e R$ 0,900 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 1,69%, fechando a R$ 11,41 o grama na BM&F, movimentando 2,04 toneladas, contra 1,17 tonelada no dia anterior.
No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,5775, contra US$ 1,5740 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5480 marco alemão, contra 1,5555 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 98,46 ienes, contra 97,86 ienes. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 399,10, contra 394,50 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para setembro fechou a 3,84% ao mês, para outubro 3,77%, para novembro 3,86% e para dezembro 3,92.
No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,867 para setembro, R$ 0,882 para outubro, R$ 0,901 para novembro e R$ 0,917 para dezembro.
O índice Bovespa no mercado futuro para outubro fechou a 53.900 pontos.

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