São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 1994 |
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Sistema de recadastramento eleitoral provoca anulação de título de gêmeo
ROBERTO MACHADO
Lúcia Arruda Tinoco, 52, alistada naquela zona eleitoral, não vai poder votar nas próximas eleições, pois tem uma irmã gêmea e teve seu título invalidado. Com o recadastramento, estão sendo eliminados títulos eleitorais que apresentam dados iguais, como mesma data de nascimento e filiação, caso de irmãos gêmeos. A medida foi adotada para se evitar fraudes com a duplicidade de títulos. "São frequentes os casos de invalidação de títulos de gêmeos", afirmou Travassos, que por coincidência também tem um irmão gêmeo. Ele não teve, este ano, problema com seu título. Segundo Lúcia, na segunda-feira chegou em sua casa uma notificação para que comparecesse à zona eleitoral, onde foi informada que seu título estava invalidado. É a primeira vez que ela fica impedida de votar. "Estou indignada. Me sinto cassada no direito essencial da cidadania que é o voto." "O absurdo é que nunca me comunicaram nada. De repente, faltando uma semana, cortam meu título", disse Lúcia, que pretendia votar em Leonel Brizola (PDT). "Não vou poder homenagear o Brizola dessa vez", afirmou. Segundo Travassos, "nas eleições anteriores o TSE mandava uma listagem dos gêmeos, dos casos de duplicidade e demais situações anormais. Dessa vez não enviaram a listagem", disse. A assessoria de imprensa do TSE informou que cerca de 500 mil títulos de eleitores foram invalidados depois que o tribunal cruzou os dados de 27 tribunais regionais do país. Segundo o tribunal, gêmeos que anteriormente foram notificados e regularizaram seus títulos eleitorais não tiveram problemas. A listagem final do TSE habilita 94.768.404 eleitores a votar nas eleições da próxima segunda-feira. Texto Anterior: Brizola denuncia "golpe da moeda" Próximo Texto: TSE quer que pesquisa seja divulgada após as 23h no dia 3 Índice |
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