São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 1994 |
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Lula diz que FHC copia seus discursos
EDNA DANTAS; AMÉRICO MARTINS
O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a radicalizar o seu discurso, durante comício realizado ontem no Rio de Janeiro. Ele acusou seu adversário Fernando Henrique Cardoso (PSDB) de plagiar os seus discursos e de estar ajudando a "travestir" os seus aliados com uma roupagem "moderna". Segundo o petista, os aliados de Fernando Henrique Cardoso (referência ao PFL) são os responsáveis pela "ociosidade" do parque industrial brasileiro. Lula também voltou a usar jargões da esquerda, afirmando, por exemplo, que "para eles, moderno é ser capacho do FMI" (Fundo Monetário Internacional). Ele chegou a pedir "pelo amor de Deus" para ter uma chance de poder governar o país. Na avaliação dos organizadores, cerca de 150 mil pessoas se aglomeravam em frente ao palanque montado na Candelária, palco do histórico comício das "Diretas Já", em 1984. Para a Polícia Militar o número de pessoas presentes ao comício petista era de cerca de 60 mil. No início da semana, após o comício no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, onde pelo menos 100 mil pessoas compareceram, os organizadores estimavam para o Rio, um comício de 250 mil pessoas. Durante todo o dia, os organizadores temeram que a chuva atrapalhasse a ida de militantes e eventuais eleitores ao comício de Lula. A chuva caiu fina e passou sem que as pessoas se dispersassem. Mais de 20 artistas, entre globais e não globais, revezarem-se ao microfone sob o comando da atriz Lucélia Santos. Outros 60 artistas se organizaram para a apresentação de um coral regido pelo compositor e humorista Tim Rescala. No repertório três "jingles" da campanha petista. Atraso Lula chegou ao Rio com duas horas de atraso. O candidato do partido ao governo do Estado, Jorge Bittar, e a candidata ao Senado, Benedita da Silva, desistiram de esperá-lo no aeroporto e foram antes para o local do comício. Antes do discurso de Lula, os militantes cantaram o Hino Nacional e ouviram um discurso da mãe do cantor Chico Buarque, Maria Amélia e a música "Vai passar", cantada por Francis Hime. Recife O PT quer fazer do último comício de Luiz Inácio Lula da Silva, amanhã em Recife, a ponte para que o candidato repita o desempenho que teve no Estado em 89. Naquele ano, Lula perdeu no primeiro turno para Fernando Collor (PRN), mas reagiu e venceu seu adversário no segundo turno. Para o comício de amanhã cerca de R$ 40 mil deverão ser investidos pela coligação que apóia Lula. Texto Anterior: A AGENDA DOS CANDIDATOS Próximo Texto: PT faz em Brasília sua maior carreata Índice |
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