São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 1994
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Petroleiros querem controlar produção

DAS SUCURSAIS, AGÊNCIA FOLHA E REGIONAIS

Os petroleiros querem que a Petrobrás entregue a produção das refinarias sob sua responsabilidade para que não falte gás nem combustíveis enquanto durar a greve da categoria, que começou à 0h de terça-feira passada.
A informação é de David de Souza, diretor financeiro da FUP (Federação Única dos Petroleiros). Ele diz que os petroleiros não deverão voltar ao trabalho mesmo que o TST (Tribunal Superior do Trabalho) julgue hoje a greve ilegal e abusiva.
Em várias refinarias –de Cubatão, Paulínia, Rio, Pernambuco, Curitiba, Manaus e Salvador–, os petroleiros não cumpriram determinação do TST de colocar 30% do pessoal em atividade.
Souza afirmou que houve adesão das refinarias de Cubatão e de Landulfo Alves de Mataripe. Agora são sete as unidades paralisadas. Segundo ele, 40 mil dos 51 mil petroleiros estão parados.
Rio
A direção da Reduc (Refinaria Duque de Caxias) anunciou que pára hoje sua produção. Como os 250 petroleiros que entraram na refinaria às 16 de segunda-feira não foram substituídos após o início da greve, a diretoria interrompeu a produção aos poucos, a fim de liberar os funcionários.
Ontem às 16h, segundo a Reduc, 75% da produção já havia parado.
O estoque de botijões de GLP (gás engarrafado) deve durar até segunda-feira. A partir de então, começará a faltar gás no interior do Estado e em trechos da capital onde não há gás encanado.
Depois de domingo, se não houver uma retomada da produção, poderá faltar gás encanado. Se houver desabastecimento, os grevistas destacarão uma equipe para produzir o mínimo de gás necessário, segundo a FUP.
Demissões
A Petrobrás planeja demitir grevistas após a eleição de segunda-feira, caso a greve continue e o TST julgue o movimento ilegal.
A intenção foi manifestada anteontem pelo presidente da Petrobrás, Joel Rennó, após reunião em Brasília com o ministro da Fazenda, Ciro Gomes.
Ontem, Rennó determinou a preparação de relatórios sobre quantos e quais funcionários atuam na liderança da paralisação.
O prazo não-oficial do governo em relação à demissões se encerra na metade da próxima semana. A Petrobrás aguarda o TST, o fim-de-semana e 3 de outubro.
Os petroleiros reivindicam 108% de reajuste salarial. Rennó disse que o salário médio do petroleiro é de R$ 1.725). Com o percentual pedido pelos grevistas, o salário médio passaria para cerca de R$ 3.600.
O valor apresentado pelo presidente da Petrobrás é contestado pela FUP. O salário médio do petroleiro, segundo a entidade sindical, vale R$ 822. Com os 108%, ele iria para R$ 1.710.

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