São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 1994
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Candidato critica petista em SC

LUCIO VAZ
ENVIADO ESPECIAL A BLUMENAU

Em comício realizado ontem em Blumenau (SC), Fernando Henrique Cardoso voltou a criticar Lula: "Melhor teria sido se, ao invés de ter ido para a televisão dizer mentiras que fizeram que ele dissesse, que ele dissesse com franqueza: 'Eu não entendi o real. Vocês deram certo. Eu vou ajudar o Brasil a ir para frente."
O candidato rebateu as críticas contra ele: "Nós somos gente séria, gente decente. Tanto é assim que o meu principal adversário hoje disse que somos amigos há anos. Foi verdade", disse FHC.
O candidato do PSDB também fez carreata em Blumenau. Em entrevista concedida no aeroporto de Navegantes (SC), FHC procurou esfriar a idéia de criação de um superpartido social-democrata a partir do PSDB.
"Não quero me intrometer, a esta altura dos acontecimentos, em debate de partido. Tem muitos partidos que me apóiam. Tem o PSDB, o PFL, o PTB, o PP, o PL. Vamos todos ficar juntos até o fim e garantir a vitória."
Setores do PSDB defendem a criação deste superpartido, a partir de adesões de dissidentes do PT, PDT e PMDB. O objetivo seria o de reduzir a influência do PFL no governo de FHC.
O candidato tucano preferiu valorizar os atuais aliados, que serão importantes para garantir maioria no Congresso Nacional durante o seu governo.
Perguntado sobre o possível apoio de Leonel Brizola no segundo turno das eleições, FHC respondeu: "Segundo turno. Vamos ver primeiro se vai ter."
FHC não gostou de ser comparado ao escritor peruano Vargas Llosa, que disputou e perdeu a Presidência do Peru. "É outra hisória. A minha trajetória política é outra. A situação do Brasil também é outra. Aqui não tem nem Fujimori."
No comício, FHC afirmou que a campanha já não tem novidades: "A imprensa toda está aqui. Não sabe mais que pergunta fazer, porque os nossos adversários não foram capazes de criar nenhum fato político", afirmou.
A visita de FHC a Blumenau desencadeou uma crise entre o PFL e o PSDB do Estado.
O vice-prefeito da cidade, Vilson Souza (PSDB), candidato a vice-governador na chapa de Nelson Wedekin (PDT), disse que Jorge Bornhausen (PFL), candidato do PFL ao governo, "tomou conta da visita e o PFL faturou sozinho".
Souza recebeu FHC no aerporto, mas não participou da carreata em Blumenau. O carro aberto que levou FHC foi ocupado pelos líderes do PFL e pelo prefeito de Blumenau, Renato Vianna (PMDB).
Em resposta, Bornhausen disse: "Estranho é o fato de o PSDB não ter apoiado FHC no Estado".
FHC não gostou de ser comparado ao escritor peruano Vargas Llosa, que perdeu disputa pela Presidência. "Minha trajetória é outra. A situação do Brasil também. Aqui não tem Fujimori."

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