São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 1994
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Quércia chama eleição de 'ilegítima' em SP

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em seu último comício em São Paulo, o presidenciável Orestes Quércia (PMDB) qualificou a eleição de "ilegítima", como já havia feito Lula. O comício, realizado ontem à noite na praça da Sé, reuniu 6.500 pessoas, segundo a PM.
Foi o discurso mais agressivo de Quércia na campanha. O peemedebista disse que, para favorecer Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o governo "pífio" de Itamar Franco "usou a máquina administrativa de forma desavergonhada, como nunca se fez na história do país, nem no tempo da ditadura".
O peemedebista afirmou também que FHC é um "boneco de ventríloquo, sentado no colo dos grandes grupos econômicos". Deu a entender que o PFL é o partido que vai governar o país.
"O PSDB é um partido fraco, sem tradição, sem estrutura. Com Fernando Henrique, quem vai comandar? O governo vai ser como um monstro, com várias cabeças e vários braços", declarou.
Quércia também atacou seus inimigos dentro do PMDB. Afirmou que o ex-presidente José Sarney (que apóia FHC) é um "canalha".
"Sarney é um oportunista de marca maior. Quando Lula estava na frente ensaiou apoio ao PT. Acabou nos braços de Fernando Henrique", disse. "Sarney não é do PMDB. Ele é do partido do Ibope, porque corre atrás das pesquisas", completou.
O candidato confirmou a disposição dos quercistas de fazer uma "limpeza" no PMDB, como revelou a Folha na última segunda.
"Muito mais cedo do que pensam eles (o grupo de Sarney e outros que aderiram a FHC), o PMDB vai ficar livre desses canalhas, traidores. Vamos purificar o partido", declarou.
Apesar do tom agressivo, Quércia voltou a aceitar a derrota em 3 de outubro. "Não vou me iludir."
Pela manhã, Quércia foi a Taubaté (SP), onde se reuniu com lideranças regionais.

Colaborou a Folha Sudeste

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