São Paulo, domingo, 1 de janeiro de 1995
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Local guarda acervo de quadros e esculturas

FE
DA SUCURSAL DO RIO

Escondido dos olhos do público e praticamente fechado pelo governo, o Palácio Laranjeiras guarda um acervo de quadros e esculturas que nunca foi avaliado.
Entre os mais de 20 quadros, há um Moreto da Brescia (século 16), dois Frans-Post, um Reynolds e um retrato do rei francês Luís 14, de Rigaud.
No salão estilo Luís 14, há uma cópia da escrivaninha do rei francês, e uma escultura do italiano Canova, em mármore de Carrara, do início deste século.
Em 83, um decreto assinado pelo então governador, Chagas Freitas, abriu o palácio à visitação pública, duas vezes por semana.
"Acho que a visitação devia voltar e devia ser aberto ao menos uma vez por mês a estudantes de arquitetura", sugere a ex-primeira-dama Zoé Chagas Freitas, 74.
Responsável pela reforma e restauração do palácio, ela diz que o prédio reúne estilos distintos de arquitetura e decoração e merece ser conhecido.
Zoé conta que a reforma do palácio durou todo o governo do marido (79-83). "Foi um tempo de muita criatividade para reformar e cuidar de tudo. Sinto-me honrada por ter ajudado a preparar uma casa carioca digna para o presidente.
O palácio traz as marcas do tempo. As esquadrias das janelas estão com a pintura descascada e as cortinas estão velhas. Os tapetes –do tipo Aubussy, usados em museus– precisam de restauração.
Hoje 87 funcionários trabalham no palácio. Cerca de dez PMs montam guarda dia e noite.
O capitão PM Francisco Maria de Medeiros, 51, chegou ao Laranjeiras em 79, como sub-administrador do palácio no governo Chagas Freitas.
Até hoje cuida de todo o funcionamento do palácio, desde a segurança até pequenas reformas e compra de material de limpeza.
"Aprendi a amar o palácio, cada quadro, cada peça. Minha mulher reclama que eu gosto mais do palácio do que dela", diz.

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