São Paulo, domingo, 1 de janeiro de 1995
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A esfinge da modernidade

JOÃO PEDROSA

A exposição retrospectiva de Antonio Dias mostra 27 telas e 12 papéis, datados desde 1977. Ele expõe na Europa desde 1965. Talvez o mais internacional dos artistas brasileiros, é especial. Ele se diz estrangeiro, lá e cá. "Eu desconfio do quadro."
Um pintor que não gosta de pintar, cuja técnica "escarnece de si própria. E esta ironia atinge tanto o criador, quanto a obra e o seu consumo". Tem a astúcia do sujeito consciente de seu objeto.
Sua obra tem uma unidade de pensamento, uma liga alquímica-visual rara, na qual o ato de fazer se confunde com a fisiologia do olhar.
Seus símbolos –halteres disformes, ossos– e superfícies (em ouro, cobre, chumbo e grafite) são não-imagem, representação gráfica.
Suas influências são a "arte povera", o conceitual e a pintura, essa esfinge da modernidade. Antonio Dias é bom de enigmas, pode conferir.
Antonio Dias. Paço das Artes. Av. da Universidade, 1, Cidade Universitária. Tel. 211-0682. Terça a sexta: 13h/20h. Sábado e domingo: 10h/18h. Até 8 de janeiro.

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