São Paulo, domingo, 1 de janeiro de 1995 |
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Irmãos Coragem ressuscitam no "Brasil rude" da Globo
RONI LIMA
Com um elenco encabeçado por Marcos Palmeira, Letícia Sabatella e Marcos Winter, a nova versão está sendo atualizada por Dias Gomes (marido da autora, morta em 1983), Ferreira Gullar e Lilian Garcia. A direção deste bangue-bangue cabloco está a cargo de Luiz Fernando Carvalho, responsável pelo último grande sucesso agreste da emissora, "Renascer" (1993). Sua missão é a de mostrar, mais uma vez, a realidade do Brasil rural. Leia-se atores suados, corpos sujos de terra e rostos com barba por fazer. O personagem central da trama é João Coragem, líder de uma família pobre que detém uma concessão de garimpo na cidade fictícia de Coroado. Para interpretá-lo, a Globo não arriscou e escolheu Marcos Palmeira –consagrado por papéis semelhantes em "Pantanal" (Manchete) e "Renascer". O trio dos irmãos Coragem é completado por Ilya São Paulo (Jerônimo) e Marcos Winter (o jogador de futebol Duda). A disputa pelo poder é o fio condutor da trama, que envolve os irmãos Coragem e o coronel Pedro Barros (interpretado Cláudio Marzo, o Duda na primeira versão), dono de quase todos os garimpos da região. A descoberta de um enorme diamante por João Coragem é o estopim do início da guerra entre eles. Para apimentar o tom folhetinesco da história, a esquizofrênica Lara (Letícia Sabatella), filha do coronel vilão, se envolve com João. Normalmente quieta e introvertida, Lara assume outras duas personalidades. No início da trama, incorpora Diana –uma cigana exagerada e sensual, que dorme com João Coragem. Depois, também vai personificar Márcia, espécie de síntese entre Lara e Diana. "É um personagem maravilhoso, que me dá muitas coisas, me ensina muito", diz Letícia. "Os personagens, a concepção de cena, tudo é muito profundo nessa novela." Palmeira elogia a estética cinematográfica de Luiz Fernando Carvalho (leia texto ao lado) e diz que a novela pode combater a idéia pré-concebida segundo a qual a TV aliena. "Todos aqui estão buscando essa verdade, de pisar no chão, mexer na terra, pra mostrar como vive o povo. Televisão pode ser um veículo de divertimento com qualidade", diz o ator. Suzana Faini –que na primeira versão viveu Cema e agora é Dalva– faz coro. Ela acha que o cenário de Curralinho (25 quilômetros de Diamantina, MG) escolhido para criar Coroado tem o mérito de mostrar o interior do país, "essa coisa rude". Texto Anterior: "Sítio" é a reprise mais pedida Próximo Texto: GALERIA Índice |
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