São Paulo, segunda-feira, 2 de janeiro de 1995
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'Nem fiquei emocionado'

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O cenário na Esplanada dos Ministérios durante o trajeto do Rolls Royce que levou Fernando Henrique Cardoso até o Congresso foi um anticlímax completo.
O anticlímax contagiou até o motorista do Rolls Royce, Mário Paulino de Souza. Ao deixar FHC no Congresso, ele admitiu: "Nem fiquei emocionado".
Os gramados estavam vazios. "Tá muito fraquinho", reclamou o vendedor de bandeiras Jeso Aidar, 41. Na posse de Collor, ele vendeu 1.500 bandeiras. Ontem, antes de FHC chegar à Esplanada, vendera apenas dez.
Aproximadamente 4.000 pessoas ocuparam os gramados da Esplanada e em frente ao Congresso, segundo cálculos de policiais federais. A posse do ex-presidente Fernando Collor, em março de 1990, atraiu cerca de 20 mil pessoas.
Ao subirem no Rolls Royce, em frente à Catedral de Brasília, de onde partiu o cortejo, FHC e o vice, Marco Maciel, foram aplaudidos por cerca de mil pessoas.
O pedreiro Edilson Pires Araújo, 18, amanheceu na Praça dos Três Poderes para assistir à posse. "Quero ver o outro (Itamar) botar a coroa na cabeça dele", disse.
A dona de casa Augusta Vieira, 47, saiu de casa às 5h com o filho Jeremias, de seis anos, e uma trouxa com comida e roupa de lã –"para o caso de chover"– e foi para a Esplanada.

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