São Paulo, terça-feira, 3 de janeiro de 1995
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Interventor do Banespa desliga 1.390

DA REPORTAGEM LOCAL

O interventor do Banco Central no Banespa, Altino da Cunha, desligou ontem 1.390 funcionários do Baneser que estavam lotados no gabinete da presidência do banco, mas não prestavam nenhum tipo de serviço à instituição.
Os funcionários desligados do Banespa foram devolvidos ao Baneser para posterior demissão. Essa foi uma das primeiras medidas baixadas pelo presidente do Conselho Diretor nomeado pelo BC.
Ele informou ontem, por meio de comunicado distribuído pela assessoria de imprensa, que somente com essa medida "o Banespa terá uma economia de cerca de R$ 10 milhões mensais".
Isso significa que cada um dos 1.390 funcionários contratados sem concurso pela subsidiária Banespa Serviços Técnicos e Administrativos (Baneser) custava em média R$ 7.194 ao banco.
No comunicado, o Conselho informou que "o funcionamento do banco nesta segunda-feira foi absolutamente normal, mantendo seus níveis de captação e saque.".
O Conselho informou também que "os bancos privados voltaram a trocar títulos normalmente com o Banespa (CDI), o que evita qualquer problema na zeragem de seu caixa e mantém a tranquilidade do mercado financeiro".
O ex-presidente do Banespa, Carlos Augusto Meinberg, disse ontem que a intervenção foi um "ato dispensável" e que, das dívidas de R$ 8,8 bilhões do governo paulista junto ao Banespa, nenhuma foi contratada de 1991 em diante, ou seja, no governo Fleury.
Foi tranquilo o primeiro dia de funcionamento do Banespa após a intervenção do BC. As agências se prepararam para enfrentar uma corrida para saques mas o movimento foi pequeno.
A agência Centro -a maior do Banespa no país, com 28 mil correntistas- ficou quase vazia pela manhã. O aposentado Rui Bérgamo disse que estava tranquilo porque o BC "vai livrar o Banespa da má influência dos políticos".
Dois dos diretores nomeados pelo BC, Edson Domingues e João Alberto Magro, reuniram-se pela manhã com 26 representantes dos funcionários. Segundo Antônio Salvador, enviado à reunião pelo Sindicato dos Bancários, os diretores buscaram acalmar os funcionários e disseram que não há lista para demissões no banco nem para fechamento de agências.

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