São Paulo, quinta-feira, 5 de janeiro de 1995
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Políticos apontam vazio de lideranças

EUMANO SILVA LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso resiste a nomear seus líderes no Congresso para não aumentar as pressões dos parlamentares aliados por cargos do segundo e terceiro escalões.
Os líderes de governo são, tradicionalmente, os canais entre os parlamentares que querem cargos federais e o governo.
A nomeação dos líderes está prevista para fevereiro, quando tomarão posse os congressistas eleitos em 3 de outubro.
A vantagem do governo em deixar a distribuição dos cargos para daqui a um mês é que em fevereiro estarão sendo enviadas ao Congresso as propostas de reforma da Constituição.
Se os cargos forem preenchidos a partir das pressões dos atuais congressistas, o governo vai ficar com menor poder de barganha para aprovar as emendas constitucionais que deseja.
Fernando Henrique Cardoso está recebendo sugestão de muitos aliados para nomear logo os líderes do governo.
Coordenação política
A falta de coordenação política no Congresso é a principal causa dos problemas que o novo presidente está enfrentando com os partidos que o apóiam.
Entre esses problemas está a irritação do PTB por não ter participado anteontem da reunião do Conselho Político.
O encontro do conselho, integrado pelos presidentes dos partidos aliados a FHC –PSDB, PFL, PTB e PMDB– não contou com a presença de petebistas.
O PMDB também está insatisfeito com a subordinação da Secretaria de Políticas Regionais ao Ministério do Planejamento, comandado pelo tucano José Serra.
"O presidente precisa logo de articuladores políticos para acabar a luta dos partidos que apóiam o governo", disse o líder do PSDB na Câmara, senador eleito Artur da Távola (RJ).
O líder do PL na Câmara, Valdemar Costa Neto (SP), defende a nomeação imediata de um líder do governo. Ele, no entanto, considera isso difícil no momento: "O governo vai esperar a posse dos novos deputados e os novos líderes dos partidos".

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