São Paulo, sexta-feira, 6 de janeiro de 1995
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Aumento dos custos puxa preços, diz indústria

DA REPORTAGEM LOCAL

As indústrias reajustaram seus preços baseadas apenas em aumento de custos diretos de produção, como mão-de-obra e embalagens. A alta da carga tributária para as empresas não está incluída nas novas tabelas.
José João Locoselli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Higiene e Limpeza, afirma que as empresas ainda estão estudando os impactos da nova tributação nos custos e se haverá necessidade de reajustar preços.
"Só é possível afirmar que não iremos reduzir o preço devido ao fim do IPMF", afirma.
Segundo ele, o imposto representava até 5% dos custos e as matérias-primas subiram, em média, mais de 20% desde julho de 94.
Locoselli diz que apenas a soda cáustica subiu 300% no ano passado. "Seria impossível não reajustar os preços com este aumento." Sabão em barra, que tem a soda cáustica como matéria-prima, subiu 15% nesse início do ano.
Locoselli acredita que os aumentos não devem se estender para os demais produtos de higiene e limpeza. "Temos mais de 300 itens que não serão reajustados."
Na Lacta, a informação é que o departamento financeiro ainda estuda o impacto da alta dos impostos no custo. "Ainda não é possível prever seus aumentos no preço", diz Gilverto Pegnocchi, diretor comercial da empresa.
Pegnocchi diz que, por enquanto, a empresa está se preparando para explicar as causas dos reajustes aos supermercados e ao Ministério da Fazenda.
Edmundo Klotz, presidente da Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), diz que nas empresas do setor há informações não confirmadas de que fornecedores iriam reajustar seus preços. "Mas as tabelas, por enquanto, estão chegando sem aumentos."
Segundo ele, algumas empresas do setor que tiveram aumento de custos desde o Real e não conseguiram repassar ao varejo podem aproveitar o início do ano para fazer o reajuste.

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