São Paulo, sexta-feira, 6 de janeiro de 1995
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Comércio inicia ano com vendas melhores ;Vestuário

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Comércio inicia ano com vendas melhores
Consultas ao SPC crescem 41,96% entre os dias 2 e 4 em relação ao mesmo período de 94; lojas adiam promoções
O comércio começa o ano com vendas aquecidas, sustentadas pelos negócios a prazo. Algumas lojas até adiaram as promoções porque perceberam que ainda é possível aproveitar o rescaldo do Natal.
Os números da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) confirmam que as vendas no crediário em janeiro estão 41,96% maiores sobre igual período de 1994.
Entre os últimos dias 2 e 4, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da entidade, que mede as vendas a prazo, recebeu, em média, 24.712 consultas por dia. Nos mesmos dias de 1994, a média foi de 17.408 atendimentos.
As consultas ao Telecheque, indicador das vendas à vista, caíram 18,30% no mesmo período. Em 1995, foram recebidas, em média, 19.525 consultas diárias entre 2 e 4 de janeiro, contra 23.899, no ano anterior, informa a ACSP.
"Começamos o ano como encerramos 1994. Isto é, com a migração da venda à vista para o crediário. A única mudança foi no patamar da demanda, hoje 40% abaixo do mês de dezembro, como esperado. Mas, em média, entre o SPC e o Telecheque, as vendas em janeiro estão 17,8% acima de igual período de 1994", diz Emílio Alfieri, economista da ACSP.
A Loja Cem, por exemplo, faturou 9,4% mais nos três primeiros dias úteis do ano em relação ao mesmo período de 1994.
"A estabilidade da economia está fazendo com que o consumidor compre mais mesmo em janeiro, mês tradicionalmente fraco para o comércio", diz Valdemir Colleone, superintendente.
Cerca de 80% dos negócios da rede são no crediário em até nove vezes, com juros de 6,9% ao mês.
Segundo Colleone, os baixos estoques e a falta de alguns eletroeletrônicos, como freezer horizontal, condicionador-de-ar e aparelho de som, não permitem que a sua empresa faça hoje promoções.
Na G. Aronson, o quadro é semelhante. "As vendas estão boas neste começo de ano. Aproveitamos o rescaldo de dezembro", diz Girz Aronson, proprietário.
Ele conta que está perdendo negócios por falta de eletrodomésticos da chamada linha branca, especialmente microondas e fogões.
Vestuário
Também as lojas de vestuário abriram o ano vendendo mais do que em janeiro de 1994.
A Gregory, por exemplo, especializada em roupas femininas, vendeu entre 15% e 20% desde o começo da semana na comparação com os mesmos dias de 1994.
Resultado: a empresa resolveu adiar a promoção, que normalmente ocorre na primeira metade de janeiro, para a segunda quinzena do mês, informa Sheila Maria Santana, gerente de marketing.
Na rua Oscar Freire, que reúne 80 lojas, a maioria de vestuário, o faturamento, nestes primeiros dias está entre 5% e 10% maior sobre igual período de 1994.
"Este janeiro está sendo atípico", afirma Nina Bastos, diretora-executiva da Associação de Lojas e Restaurantes da Oscar Freire.
Segundo ela, com a moeda estável, o consumo se mantém aquecido mesmo neste mês. Além disso, os lojistas notam um maior fluxo de turistas neste período, comparado a anos anteriores, o que tem puxado as vendas.
Depois de registrar crescimento de 20% nos negócios neste Natal em relação ao de 1993 e começar janeiro com vendas em alta, os lojistas da Oscar Freire não programaram promoções generalizadas para este mês. Segundo Nina, estão ocorrendo promoções de itens específicos e a liquidação conjunta deve ser em fevereiro.

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