São Paulo, sexta-feira, 6 de janeiro de 1995
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Clinton faz pacto com líderes da oposição

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, e os líderes da oposição majoritária no Congresso, Newt Gingrich e Bob Dole, prometeram ontem "trabalhar juntos para fazer com que as coisas aconteçam".
Depois de reunião com duração de três horas na Casa Branca, com a presença dos novos líderes da minoria do governo no Senado e na Câmara, todos se disseram satisfeitos com "o tom e o conteúdo do encontro".
Clinton, 48, enviou carta de congratulações a Gingrich pelas medidas já adotadas pela Câmara dos Representantes no seu primeiro dia de trabalho em 40 anos com maioria do Partido Republicano.
Apesar de toda a retórica, o Partido Democrata, do governo, resolveu arguir a constitucionalidade de uma dessas decisões: a que impõe maioria de três quintos para a aprovação de projetos de aumento de impostos.
A proposta republicana foi aprovada ontem de madrugada por 279 votos a 152, com o apoio de 53 deputados democratas, clara demonstração de que o governo Clinton não controla toda a sua bancada.
Outras decisões tomadas pela Câmara na madrugada de ontem foram: limite de seis anos de mandato para o presidente da Câmara e os presidentes de comissões e corte de um terço nas assessorias das comissões parlamentares.
Foram aprovadas também proibição de voto por procuração nas comissões, abertura de todas as reuniões de comissões ao público e televisão, além de contratação de firma de auditoria independente para acompanhar o orçamento do Congresso norte-americano.
Clinton disse que vai apoiar outras propostas dos republicanos. Entre elas: reforma fiscal que beneficie a classe média e possibilidade do presidente vetar artigos de leis aprovadas pelo Congresso.
Atualmente, o presidente dos EUA só pode vetar uma lei inteira, ou então assiná-la.
O presidente disse ter obtido de Gingrich e Dole a promessa de que cortes de impostos só serão feitos depois que todos estiverem de acordo quanto à existência de recursos alternativos para impedir aumento do governo déficit federal dos Estados Unidos.
Dole, 71, e Gingrich, 51, também se disseram satisfeitos com o resultado do encontro de ontem.
Gingrich condenou os jornalistas por serem destrutivos demais e disse: "Uma nova era de entendimento entre os líderes dos EUA começou hoje aqui. Por que vocês não enfatizam isso?".

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