São Paulo, sábado, 7 de janeiro de 1995
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Estado agora decide manter a Operação Descida

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo do Estado voltou atrás e vai manter a Operação Descida como ela é hoje, revertendo a rodovia dos Imigrantes. Isso vai acontecer todas as vezes em que o volume de carros em direção ao litoral superar 5.000 por hora.
Anteontem, o secretário dos Transportes, Plínio Assmann, afirmou que a descida para a baixada seria feita apenas pelas duas pistas da via Anchieta.
Agora, o esquema "quatro/três" (quatro faixas da Anchieta sentido litoral e três da Imigrantes sentido capital) será acionado toda vez que a previsão do fluxo estiver entre 3.000 e 5.000 veículos por hora.
"Nós queremos flexibilizar o sistema. Por isso vamos introduzir essa alternativa intermediária, equilibrando o trânsito", disse.
Assman afirmou que, na maioria dos fins-de-semana, deverá ser implantada a operação pela Anchieta. A reversão poderá ocorrer também durante a semana.
A data para o início do esquema "quatro/três" depende de um acordo com a Prefeitura de Cubatão. A estrada de serviço que seria utilizada pelos 30 mil moradores dos bairros-cota, na encosta da via Anchieta, não tem segurança.
"Há duas pontes em péssimo estado, o que vai comprometer a segurança dos ônibus que passarem por ali", disse Álvaro Gabrielle, presidente do Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A).
Será feita uma vistoria nas pontes na próxima semana. Caso os reparos sejam simples, o novo esquema será implantado em duas semanas, segundo Gabrielle.
A outra alternativa será o retorno pela interligação das rodovias Anchieta e Imigrantes. Para que os ônibus que servem os bairros-cota façam esse traçado, é preciso aprovação da Prefeitura de Cubatão.
Álvaro Gabrielle disse que as mudanças na Operação Descida não vão resolver o congestionamento das estradas para o litoral.
"Precisamos de uma estrada com capacidade para 12 mil carros por hora e temos duas que comportam apenas 8.500 carros por hora. Com as mudanças todos perdem um pouco, só vamos equilibrar o congestionamento."
Segundo o ex-diretor de operações do Dersa (governo Montoro) Waldemar Valente, 64, o problema da rodovia Anchieta é que ela foi projetada para carros que não passavam dos 60 km/h. "Hoje qualquer caminhão atinge 100 km/h."
José Bento Ferreira, 36, professor de engenharia da Unesp, tem opinião parecida. "Vai haver um estrangulamento no tráfego, obrigando os carros a andarem a uma velocidade média de 40 km/h."
Para José Bernardes Felex, 48, professor de Engenharia da USP de São Carlos, a mudança na Operação Descida é apenas paliativa. "A construção de outra pista é a única solução."

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