São Paulo, sábado, 7 de janeiro de 1995
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Prédio com 6 mil moradores pode ser fechado em Minas

AMAURY RIBEIRO JR.
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Uma reunião entre os secretários e peritos da Prefeitura de Belo Horizonte (MG) decidirá segunda-feira sobre a possível interdição do edifício JK, projetado pelo arquiteto Oscar Niemayer na decáda de 60.
O edíficio, o maior da cidade, abriga em seus 1.200 apartamentos cerca de 6.000 pessoas.
Os peritos da prefeitura constataram ontem que as estruturas metálicas que prendem a fachada de vidro do prédio estão se rompendo. Sua queda poderia causar um grave acidente.
Segundo o administrador da região centro-sul, Murilo Valadares, o laudo técnico será divulgado segunda-feira.
O vice-prefeito de Belo Horizonte, Célio Castro (PSB), disse que a interdição do prédio poderá causar um grande problema social. "A prefeitura não tem condições de abrigar todo mundo", afirmou.
Na tentativa de evitar o desabamento, os funcionários de uma empresa de São Paulo começaram a amarrar ontem as estruturas metálicas com cabos de aços. As estruturas estavam presas apenas por cordas amarradas à rede elétrica.
O engenheiro José Antônio Cano disse que a empresa foi contratada para soldar as estruturas metálicas, mas acabou parando a obra. "Detectamos que as estruturas de ferro estão corroídas e tinham de ser trocadas", afirmou.
As estruturas metálicas que seguram os vidros dos apartamentos também estão se soltando. "Como ninguém toma providência, tivemos que colar as estruturas com massa para evitar uma tragédia com nossos filhos", disse Beatriz Guimarães, moradora do prédio.
A crise que atinge o condomínio agravou-se com a prisão do ex-síndico, Prata Neto, acusado de assassinar sua mulher com um tiro em 28 de novembro de 1994. O JK tem 23 andares divididos em apartamentos de um, dois e três quartos.

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