São Paulo, sábado, 7 de janeiro de 1995
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Banespa estuda fim do patrocínio ao vôlei

JOÃO CARLOS DE ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O interventor do Banespa, Altino da Cunha, vai apresentar à diretoria da instituição uma proposta para acabar com o patrocínio esportivo feito pelo banco.
A decisão pode acabar com o time de vôlei masculino do Banespa, conhecido nacionalmente pelos diversos títulos que conquistou no país e no exterior.
Cunha afirmou que "tem a intenção de cortar tudo o que for supérfluo ou desnecessário às atividades normais do banco".
Segundo ele, o patrocínio esportivo não é a finalidade do Banespa (Banco do Estado de São Paulo).
Segundo o gerente de vôlei do Banespa, o ex-jogador Montanaro, "o vôlei, dentro do Banespa, é algo diferente".
Montanaro afirmou que os resultados em termos de divulgação e retorno de mídia para a instituição são muito favoráveis.
"O vôlei é o melhor produto de marketing que temos. O que é bom deve ser mantido. Temos que cortar o que está mal. Não é o caso do vôlei", afirmou.
Além do time masculino, a instituição mantém equipes nas categorias pré-mirim, mirim, infantil, infanto-juvenil e juvenil, além da escolinha de base.
A melhora de imagem do Banespa junto ao público jovem é outro detalhe que Montanaro gosta de lembrar. "Cada vez mais as empresas investem em esporte", disse.
O secretário estadual de Esportes, Turismo e Lazer, Sérgio Barbour, afirmou que vai tentar substituir os recursos, apesar de priorizar o esporte educacional –que é uma das funções do governo.
Segundo Barbour, não se trata de simplesmente de eliminar as verbas das estatais para o esporte de rendimento.
A questão é incentivar a iniciativa privada, que poderá assumir o patrocínio, disse o secretário.
No caso do Banespa, no entanto, o secretário lembrou que a decisão deve ser da diretoria do banco e dos interventores. Ela não será tomada pela secretaria estadual.
Intervenção
O Banco Central interveio no Banespa no último dia 30. A medida, que deve durar um ano, pode ser suspensa antes, se a instituição for sanada.
Entre consequências da intervenção, o Banespa perdeu condições de tomar novos empréstimos, como vinha fazendo, por falta de garantias a oferecer.
O Estado de São Paulo tinha uma dívida de R$ 8,5 bilhões com o Banespa, o que agravou a situação financeira do banco.
O governo paulista espera pagar sua dívida através da venda de patrimônio imobiliário.

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