São Paulo, sábado, 7 de janeiro de 1995
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Clinton expressa sua 'preocupação' a Ieltsin

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, enviou ontem a seu colega russo, Boris Ieltsin, carta na qual expressa "preocupação" com o grande número de vítimas civis no conflito na Tchetchênia.
A carta estava pronta há dias. Mas seu envio foi retardado até que a Casa Branca tivesse informações seguras sobre o grau de controle que Ieltsin mantém sobre o governo da Rússia.
A reunião de ontem de Ieltsin com o seu Conselho de Segurança deu a assessores de Clinton a impressão de que o presidente russo detém o poder e que sua posição de interromper bombardeios sobre Grozni merece apoio.
Clinton, 48, e Ieltsin, 63, têm boa relação pessoal. O americano sugeriu ao russo que use a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) como fórum possível para discutir saídas para a crise.
O secretário de Estado Warren Christopher, 69, disse a Clinton ter obtido reação positiva de diplomatas russos à idéia de se usar a OSCE, entidade que reúne 53 países, como instrumento de paz na Tchetchênia.
Clinton também aconselhou seu colega a resolver o problema "por meio de diálogo, de maneira consistente com os padrões internacionais".
Quando em 11 de dezembro Ieltsin despachou tropas para esmagar a tentativa de secessão da Tchetchênia, a reação de Clinton foi a de considerar o problema assunto doméstico russo e não interferir.
A crescente cobertura jornalística nos EUA da crise na Tchetchênia, em particular a transmissão pela TV de cenas com mortes de civis, tem feito crescer na opinião pública norte-americana sentimento de revolta.
Vários líderes da oposição, agora em maioria no Congresso, têm se manifestado contra a intervenção russa na Tchetchênia, o que pressionou Clinton a se manifestar sobre o assunto.

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