São Paulo, domingo, 8 de janeiro de 1995
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'Encha a cara' com os sabores do verão

VINICIUS TORRES FREIRE
DA REPORTAGEM LOCAL

Álcool gelado, em massa. Vários dos sorvetes esquisitos que estréiam ou começam a se multiplicar por várias sorveterias da cidade estão levando bebidas alcoólicas em sua composição.
Cachaça, tequila, vinho branco e conhaque, além do tradicional rum (passas ao rum) estão sendo misturados às bolinhas de massa à base de leite ou de gelo picado.
Entre os gelados estranhos também constam os sabores granola (combinação de cereais comumente servida no café da manhã), mel e agrião, canela, almíscar e misturas heterodoxas como cacau, conhaque, doce-de-leite e castanha de caju.
Cassiana Miler, 18, que experimentava uma única e vulgar bola de chocolate na tarde de sexta-feira, em São Paulo, já tomou cachaça. No sorvete de caipirinha.
"Experimentei já no ano passado porque era esquisito, mas só uma vez. Não é tão gostoso da segunda vez", diz a estudante.
O cliente tem razão, confirma Renato Paes de Barros Neto, há 12 anos dono da fábrica Boneco de Neve (que não faz o de caipirinha), fornecedora de restaurantes que tem uma pequena loja na Barra Funda e que deve abrir outra na alameda Santos, em março.
"O sorvete que mais sai mesmo é o de chocolate, em todas as partes do mundo. As pessoas experimentam os diferentes mais por diversão", diz Paes de Barros.
Na nova loja o dono da Boneco de Neve deve oferecer um sanduíche de sorvete, com bolachas italianas crocantes, que não molham nem amolecem, promete Paes de Barros.
Na Mambo Jambo, que faz seus sorvetes com creme de fazenda própria, quase que direto da vaca (alimentadas com cardápio especial), o diferencial são os ingredientes.
Além do sorvete de caipirinha, a sorveteria de Patrick Lisbona, 20, oferece sorvetes de pistache iraniano e "baunilha de verdade, de uma vagem de Madagascar (ilha ao sul da África)".
Lisbona serve também o misk, massa à base de uma resina vegetal da Grécia e Oriente Médio e que lembra o perfume adocicado.
"É enjoado, mas me viciei", diz o publicitário Ricardo Lacombe Didinni, que gosta especialmente de sorbets (sem leite), servidos em festival na Brasserie Bela Vista. No cardápio, água de coco com framboesa e guaraná em pó com mel, limão e acerola.
Na linha dos alcoólicos, o mais novo é o margarita, da Gelateria Alaska, drinque típico do México e dos bares da Vila Madalena. A sorveteria de Perdizes mistura a tequila, destilado de um cacto, limão e leite para fazer a massa.

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