São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995
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Aumenta a produtividade do trigo gaúcho

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA EM PORTO ALEGRE

A produção gaúcha de trigo na atual safra somou 901 mil toneladas. O resultado foi inferior ao obtido na colheita anterior, referente à safra 92/93, que alcançou 917,3 mil toneladas.
Mas a produtividade do trigo aumentou. A média foi de 1.621 quilos por hectare, contra 1.533 registrados na safra plantada em 93.
A área colhida, de 555,8 mil hectares, também foi menor que a de 93, de 598,3 mil hectares. O Rio Grande do Sul é o segundo Estado na produção nacional de trigo, atrás do Paraná.
Os dados são da Fecotrigo (Federação das Cooperativas de Trigo e Soja do Rio Grande do Sul).
O desempenho da cultura poderia ter sido melhor se não tivesse chovido no início da colheita, em outubro.
Segundo o agrônomo Valdir Bisotto, da Fecotrigo, está tendo sucesso a tentativa de melhorar a qualidade do trigo produzido, com o plantio de novos cultivares como Embrapa 16 e Cep 24-industrial.
A pesquisa vem avançando consideravelmente, conforme Bisotto.
Destacam-se no desenvolvimento de variedades de trigo superior, adaptadas ao solo e ao clima do Rio Grande do Sul, o Centro Nacional de Pesquisa do Trigo, da Embrapa, em Passo Fundo, e a Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, de Cruz Alta.
A preocupação dos técnicos, diz Bisotto, é a criação de variedades com maior qualidade industrial, que possam ser aproveitadas na panificação.
O Rio Grande do Sul é o Estado que apresenta mais problemas no plantio de variedades de trigo superior.
Este ano, de acordo com a Fecotrigo e a Embrapa, deve aumentar a quantidade de variedades com maior qualidade.
O desestímulo que atingiu a triticultura, principalmente por causa das importações do cereal da Argentina, trouxe pelo menos um aspecto positivo, entre os tantos reclamados pelo setor agrícola.
Os produtores que permaneceram plantando trigo se profissionalizaram, disse Bisotto, aprimorando a tecnologia usada na lavoura.
"A tecnologia aplicada é muito boa", afirmou o agrônomo, referindo-se ao solo, plantio, controle de doenças e pragas e adubação.
Em algumas plantações, já é obtida uma produtividade média de 2.000 quilos por hectare.
"Nossa produtividade está em patamar bom, igual à de países como Canadá e Austrália. A da Argentina ainda é um pouco melhor", disse o técnico.
As principais regiões tritícolas no Estado, que reuniriam cerca de 60 mil produtores, são o Planalto Médio, Alto Uruguai e Missões.
O Rio Grande do Sul já foi o Estado líder na produção de trigo, plantando uma área três vezes maior que a atual nos anos 70 e 80.

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