São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995
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Leitura histórica traz falhas

LUÍS ANTÔNIO GIRON
DA REPORTAGEM LOCAL

A tendência histórica chega lentamente ao Brasil. Paulus traz três exemplares de tentativas no terreno. São abordagens talentosas, ainda que algumas destituídas dos pré-requisitos exigidos hoje.
Primeiro é preciso seguir estrita observância das interpretações vigentes na época em que as obras foram escritas. Em segundo lugar, os instrumentos devem ser modelos baseados nos originais do período da primeira execução.
O Quarteto Angra, em "Jóias da Música Antiga", fere o segundo pré-requisito. Os cantores são acompanhados por violão no lugar do alaúde. As versões vocais de árias inglesas do século 17, porém, são adequadas. Os cantores evitam o "bel canto" e atingem o objetivo do cantar plano.
Roberto de Regina quebra a primeira regra em "O Cravo Romântico de Couperin". Ele próprio construiu o cravo em que toca –que está na Capela Madalena, local em que costuma se exibir, no Rio. Mas se dá a liberdade de voar romanticamente pelas peças do mestre barroco.
O cravista Pedro Persone surpreende em "Música Francesa para Cravo". Não só segue as regras básicas na leitura de peças de Froberger, Le Roux, Duphly, Royer e outros mestres seiscentistas e setecentistas, como oferece leituras renovadoras no gênero.
(LAG)

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